O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito para o cargo de presidente do Senado Federal nesta quarta-feira, 1. O parlamentar mineiro conquistou votos de 42 senadores. A sessão deliberativa foi presidida pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), atual vice-presidente da Casa. Seguindo regimento interno do Senado, a votação foi realizada por meio de cédulas de papel e os votos foram conferidos de forma individual. Em seu discurso antes do pleito, Pacheco defendeu sua continuidade no cargo para seguir com as propostas, aprovações e com o comprometimento. Ele citou como exemplos de sucesso do biênio temas como a criação da Comissão de Segurança Pública, programas de assistências sociais, aprovações durante a pandemia de Covid-19, como a compra das vacinas: “Muitos projetos foram aprovados e digo com segurança: O biênio mais produtivo desde a redemocratização”, exaltou.
Antes mesmo da eleição, Pacheco já havia recebido a declaração de apoio de siglas como o PT, PSD, PSB, PDT, Rede e MDB que, juntas, somavam cerca de 40 votos, o necessário para a vitória. Aos presentes, o senador disse que, se reeleito, vai defender os senadores, se comprometeu com o funcionamento dos órgãos do Senado Federal, fortalecer a comunicação e não deixar retroceder as aprovações. “É preciso ter coragem para ser presidente do Senado e enfrentar os desafios que isso representa”, continuou Rodrigo Pacheco, que falou sobre aprovação da reforma tributária e em “enxugar” a máquina pública.
O presidente também falou em pacificação dos Poderes, equilíbrio, independência em relação ao Executivo e Judiciário, harmonia entre as instituições e limites do Supremo Tribunal Federal (STF): “Que legislemos para se colocar limites nos Poderes”, disse Pacheco. Se há um problema em relação às decisões monocráticas, legislemos quanto a isso. Se há problema nos pedidos de vista no Supremo e Tribunais, legislemos. Se há um problema de competência do Supremo Tribunal Federal, legislemos quanto a isso. (…) Independente do que seja resultado, independente do que sejam as divisões e partidos, vamos no dar as mãos para que o Brasil pacifique e as divergências fiquem no campo sadio da política”, conclui.
Inicialmente, também disputavam a presidência os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Pode-CE). Primeiro a discursar, Girão defendeu o fortalecimento do diálogo na Casa, a realização de votação aberta para a eleição da Mesa Diretora – o que vai contra o regimento interno -, a apreciação de ao menos um projeto de lei proposto por cada senador por ano e um “Senado mais próximo da população”. “A decisão que tomaremos será determinante para que os brasileiros tenham um sopro de esperança. para que voltemos a ter um equilíbrio entre os Poderes”, disse. Ao fim do discurso, ele anunciou a retirada da sua candidatura em apoio a Marinho: “Pelo bem do cenário do Brasil”, disse. “Que você possa ser a renovação tão aguardada por milhões de brasileiros”, completou Girão, aplaudido pelos presentes.
Ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, eleito ao Senado Federal pelo Rio Grande do Norte, por sua vez, recebeu 28 votos e apresentou sua candidatura para representar a instituição, criticando “o radicalismo e a barbárie”. “A Democracia é a nossa bandeira. Repudio todos que não entendem ser a democracia a convivência de contrários. O país precisa de pacificação e essa é uma das importantes obrigações do Senado Federal”, disse Marinho. “Serei presidente do Congresso Nacional e o Congresso tem as suas Casas e nós precisamos ter a coragem de defender o Parlamento e a prerrogativa dos parlamentares. Se houverem excesso, devem ser corrigidos pelas comissões, mas não pelo arbítrio. Não há democracia sem respeito às opiniões contrárias. Não há democracia com desequilíbrio entre os Poderes”, completou.