O texto, encontrado na casa de Torres, era uma proposta de decreto para instaurar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e rever o resultado da eleição presidencial, que deu a vitória a Lula (PT).
Torres foi ouvido pela PF nesta quinta-feira (2/2) em mais de 10 horas de depoimento. Na ocasião, o ex-secretário disse acreditar ter recebido a minuta em seu gabinete, no Ministério da Justiça.
Ele contou que assessoria separava duas pastas de documentos para sua análise: uma se referia à agenda do dia seguinte; a outra continha documentos gerais do Ministério para análise. De acordo com Torres, os documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidas ao ministro. “Em razão da sobrecarga de trabalho”, porém, “ele levava todos os documentos da pasta para casa”. Os documentos importantes eram despachados e retornavam ao Ministério; os demais, descartados.
Segundo Torres, a “minuta” tratava-se de um documento sem viabilidade jurídica e “totalmente descartável”. Ele acrescentou que não colocou a pasta com o falso decreto em sua estante, e que acredita que tenha sido a empregada quem guardou.
À Polícia, o ex-ministro descreveu o texto como “ruim”, “com erros de português” e “sem fundamento legal”. Ele disse não saber quem o elaborou e reforçou ter tomado conhecimento pela imprensa de que outras pessoas receberam documentos de teor semelhante.
Anderson Torres ainda acrescentou que não tomou providências sobre a “minuta do golpe” pois “ignorou completamente aquele escrito, eis que aquilo não tinha valor nenhum”.
Confira o depoimento na íntegra:
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