Na casa mais vigiada do Brasil nada passa despercebido, e a “mania” da sister Bruna Griphao não fugiu à regra! Mesmo com unhas postiças, a participante foi flagrada em vários momentos arrancando um pedaço das unhas. Mas será mesmo que isso se trata apenas de uma mania ou vício? A resposta é: depende!
O ato de roer as unhas está, geralmente, associado a questões psicológicas, como transtorno de ansiedade. Mas, de acordo com a psicóloga Eymi Rocha, trata-se de um sintoma, não um transtorno em si e precisa ser tratado na raiz do problema.
Principais consequências
Prejuízos dermatológicos:
Roer as unhas ou cutículas é uma falsa e perigosa válvula de escape para aliviar a tensão. Isso porque, segundo o dermatologista Dr. Victor Bechara, além de deixar feridas e outros problemas estéticos, o ato pode causar fissuras e alterações como onicólise (deslocamento da unha).
O médico explica, ainda, que o hábito excessivo pode tornar a pessoa predisposta a infecções bacterianas e fúngicas das unhas. E tem que vá além e rói até a cutícula! Se identificou? Pois saiba que o caso é tão grave quanto. Muitas vezes, a porta de entrada para esse hábito é começar a arrancar aquela parte ao redor das unhas, chamada de prega periungueal.
“As cutículas são importantes para selar e proteger as unhas e o leito ungueal (abaixo das unhas) de infecções. Roê-las pode levar à paroniquia aguda e, posteriormente, paroniquia crônica, com perda da unha.”
O resultado é um efeito em cadeia: com a paroniquia crônica, a cutícula pode sofrer um processo de fibrose com endurecimento local, perda dessa película e fissuras das pregas. Tudo isso é mais uma oportunidade para que bactérias e fungos se instalem, além do risco de perder a própria unha, em casos mais extremos.
Prejuízos odontológicos:
A lista de consequências se estende a saúde dos dentes. A mordida da pessoa pode sofrer importantes alterações ortodônticas, como na esmaltação, alinhamento e desgaste dos dentes. Quem fala sobre o assunto é o cirurgião-dentista Dr. Fabio Alencar.
“Com o desgaste do esmalte, aumenta a possibilidade de pequenas fraturas ou fissuras e ainda deixa os dentes mais propensos à formação de cáries e sensibilidade”.
O especialista também cita a má-oclusão (fechamento correto entre os dentes superiores e inferiores), bruxismo, alterações na mandíbula e lesão nas gengivas entre outros possíveis problemas.
Existe tratamento?
Mas calma, é possível tratar a onicofagia nas três pontas: psicológicas, dermatológica e dental. Primeiramente, é importante consultar um especialista para saber em qual caso a pessoa se encaixa para se submeter ao cuidado mais efetivo.
A Dra. Eymi Rocha comenta que, no que se refere aos cuidados psicológicos, a terapia cognitiva é o mais recomendado para descobrir a raiz do problema e tratá-lo da forma correta.
“Com a terapia cognitiva, entendemos os pensamentos e emoções que envolvem o comportamento compulsivo para casos mais graves”.
Além disso, ioga e meditação também são ótimas práticas de relaxamento, desde que consideradas como ferramentas coadjuvantes ao tratamento terapêutico, não como método principal: “Logo, se a pessoa se sentir à vontade com a prática, ela pode ser uma aliada!”
Muita gente também associa o hábito de roer as unhas e outros comportamentos repetitivos à falta de vitamina B. Mas a terapeuta destaca que quem fará esse diagnóstico é o clínico geral ou psiquiatra e, mesmo assim, não se deve descartar a sessão de terapia.
No que se refere à recuperação da derme, é preciso analisar cada caso, mas o Dr. Victor Bechara explica o que é feito contra a paroniquia crônica, por exemplo: “O tratamento consiste em afastar os fatores causais, como umidade, produtos de limpeza e tratamento com corticoide em pomada ou injetáveis, dependendo do caso”.
Quando a parte odontológica, a orientação do Dr. Fábio é que quem sofre com esse hábito faça consultas médicas e exames, como radiografia, com maior frequência para acompanhar a saúde dos dentes. Se for o caso, o paciente é submetido a tratamentos para realinhar os dentes, tratar lesões nas gengivas e checar se existem bactérias alojadas nessa região, que podem causar gengivite em situações mais graves.
Os especialistas destacam algumas dicas que podem ajudar a inibir o hábito:
*Por Gshow