Estudante é socorrido em Campinas (SP) após participar de "tapete humano" –
O jovem foi socorrido e levado para o hospital, mas não quis registrar boletim de ocorrência, segundo informações da Guarda Municipal de Campinas, que foi acionada para atender a ocorrência. A universidade informou que vai apurar o ocorrido para tentar identificar os agressores.
A instituição não informou em qual curso o calouro está matriculado. O campus de Campinas do Mackenzie oferece cursos de administração, direito, engenharia civil e engenharia de produção.
No trote batizado de “tapete humano”, os calouros são colocados no chão e pisoteados pelos veteranos. O caso aconteceu por volta das 8h40 desta segunda, quando o estudante relatou ter sentido uma forte dor na região do tórax.
Os bombeiros foram chamados e, inicialmente, disseram que o calouro havia sofrido uma perfuração no tórax. Após a realização de exames de imagem, porém, a informação foi corrigida.
A vítima foi socorrida e levada para o hospital Dr. Mário Gatti. A unidade de saúde não divulgou informações sobre o estado de saúde do jovem, mas a reportagem apurou que ele sofreu um corte superficial e uma luxação no braço. Ele recebeu alta por volta das 15h20 desta segunda.
De acordo com informações da Guarda Municipal, o calouro relatou que não iria registrar BO porque considerou que tudo não passou de “um acidente”. Segundo ele, os pés dos veteranos estavam direcionados sobre as pernas e os quadris dos calouros, mas uma garota teria pisado sobre o seu tórax.
Em nota, a Universidade Presbiteriana Mackenzie informou que representantes da instituição acompanharam o garoto até o momento em que o pai dele chegou ao hospital, por volta das 13h45, e que vai apurar o caso mesmo que o trote tenha sido aplicado fora de suas dependências.
“A universidade condena a prática de trote durante a recepção aos calouros e enfatiza os riscos, além da necessidade de respeito. Prova disso é que a ocorrência desta segunda-feira se deu fora da universidade. A universidade está apurando informações sobre o ocorrido, sempre atenta a inibir ações violentas e/ou desrespeitosas entre veteranos e calouros”, diz a nota.
A reportagem não conseguiu contato com os veteranos envolvidos no caso. Em boletim registrado pela Polícia Militar —padrão em todas as ocorrências atendidas pela corporação—, que também foi acionada após a confusão, o jovem relata que participava do trote por “livre e espontânea vontade”.
Lei municipal aprovada em 2011 e sancionada no ano seguinte proíbe a realização de trotes universitários em Campinas. A lei prevê multa e suspensão de atividades acadêmicas em caso de descumprimento.