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Pausada na pandemia, CPI da Energisa deve ser retomada na Assembleia Legislativa de MS

A comissão foi interrompida em junho de 2022 e ainda não tem previsão de ser concluĂ­da

Por Midia NAS em 23/02/2023 às 09:22:42

Instaurada em novembro de 2019, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), a Comissão que investiga relógios adulterados da , poderĂĄ ser retomada na Assembleia Legislativa. O processo, que levaria 120 dias para ser concluído, foi interrompido na Casa em junho de 2022 após concessionĂĄria barrar na Justiça perícia em medidores.

A comissão era formada com Felipe Orro (PSB) na presidĂȘncia e Capitão Contar (PSL) como relatos, ambos não mais presentes no PalĂĄcio Guaicurus. Assim como o vice-presidente, que era o deputado Barbosinha (DEM), hoje vice-governador. Lucas de Lima (Solidariedade), membro da CPI, permanece na Alems.

O deputado do PL, João Henrique Catan, que substituiu Renato Câmara (MDB) na comissão, disse ao Jornal Midiamax sobre a possibilidade da CPI ser retomada nessa nova legislatura da Casa.

"Como houve uma interrupção dela em razão da pandemia, tem umas questões jurídicas para serem analisadas no processo, inclusive de ordem regimental. A gente tem que ver com as novas cabeças qual vai ser o entendimento de continuidade. Eu tenho interesse em continuar e vou ajudar nesse processo de construção, se precisar renovar o requerimento e aprovar, não vejo dificuldade nisso, mas hĂĄ a possibilidade de continuar, sim", disse Catan.

Energisa barra na Justiça perícia em medidores

Em junho de 2022, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Energisa foi paralisada após decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Os membros da Comissão interromperam os trabalhos devido à suspensão, solicitada pela Energisa, da perícia realizada pela instituição da USP.

A proposta de suspensão dos trabalhos foi feita pelo então deputado Capitão Contar (PRTB) durante reunião da Comissão. Ele propôs na ocasião que "a presente comissão a suspensão dos trabalhos, bem como prazo de tramitação da CPI da Energisa até a revogação da liminar ou até o julgamento definitivo do recurso ordinĂĄrio".

Segundo ele, foi considerado que "os trabalhos da CPI estão pautados exclusivamente na perícia dos medidores". Além de que os medidores coletados pela CPI da Energisa deverão ser analisados por laboratório credenciado ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

A decisão foi publicada pelo STJ em 1Âș de junho. Assim, o presidente da Comissão, deputado Felipe Orro (PSD), concordou com a paralisação e votou favorĂĄvel. Também presente na reunião, o deputado João Henrique Catan (PL) foi favorĂĄvel. Ele apontou que "quando a polícia estĂĄ fazendo o seu trabalho, vocĂȘ não chama o investigado para dentro do inquérito".

Por isso, afirmou "que não é de bom-tom" ter a empresa nas investigações. Sobre a decisão do STJ, ele disse que "isso serĂĄ revogado". Na ocasião também estiveram presentes representantes do (SuperintendĂȘncia para Orientação e Defesa do Consumidor).

MĂĄ qualidade e serviço caro

No ano passado, a Energisa extrapolou os limites de frequĂȘncia de interrupção do fornecimento de energia em Mato Grosso do Sul e foi penalizada a devolver mais de R$ 17 milhões aos mais de 990 mil consumidores. O valor é referente ao período de 12 meses entre outubro de 2021 e setembro de 2022.

Conforme dados da Aneel (AgĂȘncia Nacional de Energia Elétrica), responsĂĄvel pela fiscalização dos limites aceitĂĄveis de frequĂȘncia e duração das quedas de energia, a Energisa extrapolou os índices aceitĂĄveis de qualidade em diversos municípios.

Se comparado ao mesmo intervalo de 12 meses compreendido em todo o ano de 2021 - janeiro a dezembro -, foram R$ 4,2 milhões a mais em compensação paga pela concessionĂĄria. O valor saltou de R$ 13.334.652,60 para R$ 17.616.777,85.

Um desses índices de qualidade exigidos pela agĂȘncia reguladora e não cumpridos pela Energisa em alguns locais é o FEC (FrequĂȘncia Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), que mede o número de vezes que houve queda de energia superior a 3 minutos em uma residĂȘncia, comércio ou indústria.

É o que ocorre, por exemplo, quando hĂĄ uma chuva mais forte e vĂĄrios clientes ficam sem energia, como ocorreu no último dia 20 de outubro, quando 30 bairros ficaram sem fornecimento do serviço pela Energisa. Todas essas interrupções são contabilizadas e apuradas pela Aneel.

Dessa forma, a Aneel prevĂȘ que, caso haja violação do limite desses indicadores, a concessionĂĄria tem de calcular a compensação ao consumidor e efetuar o crédito na fatura apresentada em até dois meses após o período de apuração.

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