“Eu tenho memórias maravilhosas. ( ) Têm momentos que são muito tristes e momentos nos quais sinto a força dele”, disse a viúva, de perfil mais reservado. Ela se casou com Pelé em 2016 e vivia com o Rei do Futebol numa casa no Guarujá, no litoral de São Paulo. “Existia um mundo nosso, muito interior, que eu não dividia com tantas pessoas. Ele tinha os eventos, mas a vida íntima e particular era dentro de casa. Fizemos um mundo só nosso”, completa, na entrevista.
Nos últimos anos, o ex-jogador enfrentou problemas de saúde que dificultaram sua locomoção. Márcia diz que Pelé dava importância ao trabalho e às viagens, mas afirma que o Rei tentava separar a felicidade profissional da vida pessoal.
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Antes de morrer, ele passou um mês internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a um quadro de uma infecção respiratória, ocorrida após ele contrair Covid-19, além da reavaliação do tratamento de um câncer no cólon. Márcia esteve com ele nos anos de tratamento.
De acordo com a viúva, durante esse período, Pelé continuou demonstrando alegria e tentando viver. Na última semana de vida, mesmo quando médicos ficaram descrentes com relação à melhora do seu quadro de saúde, ele manteve a energia.
“Sempre que tinha uma crise, ele pensava que precisava viver e no precisava ser feito, da melhor forma possível. Ele tinha uma essência de vida imensa, uma energia muito grande. Acho que isso também fez ele se tornar o Pelé. Ele é um símbolo de esperança, amor, simplicidade e humildade”, diz Márcia.
Impasse sobre herança de Pelé
Neste momento, há um impasse envolvendo a herança do ex-jogador, avaliada em US$ 15 milhões. Isso porque o Código Civil brasileiro impede que viúvos de pessoas que se casaram com mais de 70 anos de idade recebam patrimônio de forma automática após a morte.
Pelé e Márcia Aoki se casaram quando o Rei do Futebol tinha 75 anos. A previsão é que o valor seja dividido para a viúva e os sete filhos e dois netos do ex-jogador. Mas, recentemente, a enteada de Pelé pediu para ser considerada na divisão.
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