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Rodoviária

DF é a 4ª unidade da Federação com maior número de pessoas endividadas


É o caso do profissional da saúde Gustavo Aquino Queiroz, 26 anos. Ele conta que tinha pendências pequenas em cartões de crédito e de lojas. “Eu também tinha dívida com faculdade na época, tanto que eu lembro que eu peguei o empréstimo para poder fazer a renovação da matrícula.”

Queiroz fez um empréstimo consignado no valor de R$ 6 mil para acertar regularizar todas essas situações. O plano era que fosse descontado direto no contracheque, mas três meses após o acordo bancário ele foi demitido e as dívidas viraram um bolo de neve. “Hoje está em R$ 16 mil e prejudica para um monte de coisa, conseguir um financiamento.”

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A situação do profissional da saúde é apenas uma dos 1.231.589 moradores do DF com problemas financeiros. De acordo com o Serasa, são R$ 8,6 bilhões em pendências. O valor médio de cada dívida é R$ 1.336,89, contudo, cada endividado deve, em média, mais de R$ 7 mil.

Segundo o professor de finanças públicas Roberto Bocaccio, do departamento de ciências contábeis da Universidade de Brasília (UnB), é preocupante que o valor das dívidas seja maior que a renda média da população. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada em fevereiro deste ano, indica que a renda média no DF é de R$ 3 mil.

Cartão de crédito

Para o especialista, não é possível pelo levantamento do Serasa ter a certeza do que contribui para o DF estar entre os quatro mais endividados, mas podem ter alguns indicativos. “É uma região em que muitas pessoas contam com a estabilidade. Isso faz com que sejam mais ousadas na hora de uma compra”.

Outro ponto que o professor atribui é o custo de vida. “As pessoas parcelam as contas de mercado, é inacreditável”, comenta. “Quando ele se endivida para fazer compras do dia a dia, ele está reduzindo sua renda num prazo menor”.

De todas pendências financeiras, o cartão de crédito tem sido o principal inimigo, representando um terço do endividamento dos brasilienses. O professor alerta para a taxa de juros. “A taxa de juros elevada agrava o endividamento ou dificulta o pagamento”.

A advogada especialista em direito trabalhista e do consumidor Danielle Braga Teixeira, do escritório de Advocacia Ale Advogados, também atribui às condições de pagamento. “Não se deve pagar somente o valor mínimo, não é uma boa ideia, pois os juros são altos e a dívida aumentará exponencialmente”. Especialistas alertam que os juros dos cartões de crédito estão entre os mais altos do país.

Renegociação

Até 31 de março, ocorre o Mutirão de Negociação e Orientação Financeira, do Governo Federal, para que os consumidores endividados consigam colocar as contas em dia. A advogada Danielle Braga Teixeira aconselha que as pessoas aproveitem esse momento para resolver a situação.

“Poderão ser negociadas, com grandes possibilidades de descontos, dívidas de cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito, exceto aquelas que tenham bens dados em garantia, como veículos, motocicletas e imóveis. As negociações podem ser feitas diretamente no portal da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça.

Outra dica da especialista é que sempre o consumidor inadimplente entre em contato com a instituição financeira, loja ou empresa credora para tentar reequilibrar as contas.

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