Hayashi afirmou que “este é o primeiro caso de produção de ovócitos robustos [células reprodutivas femininas] de mamífero a partir de células masculinas”. O cientista liderou o experimento e é referência no campo de óvulos e espermatozoides cultivados em laboratório.
Durante a apresentação da pesquisa na Terceira Cúpula Internacional sobre Edição do Genoma, em Londres, na última quarta-feira (8), Hayashi afirmou que será possível criar um óvulo humano funcional a partir de uma célula masculina dentro de uma década.
Anteriormente, cientistas já conseguiram criar camundongos a partir de dois pais biológicos após diversas etapas, como engenharia genética. Mas agora, pela primeira vez, se tornou possível cultivar óvulos a partir de células masculinas.
Mesmo com visão otimista, Hayashi alertou que o experimento “está em um estágio muito inicial, com os óvulos de baixa qualidade e que a técnica não poderia ser usada com segurança em humanos neste momento”.
O estudo se baseou em uma sequência de etapas para transformar uma célula retirada da pele, carregando a combinação do cromossomo masculino XY, em um ovo, com a versão feminina XX.
Após isso, as células masculina foram reprogramadas para criar células-tronco pluripotentes induzidas [células embrionárias]. O cromossomo Y dessas células foi deletado e substituído por um X de outra célula, produzindo células com dois cromossomos X idênticos.
Por fim, as células foram cultivadas em um ovário artificial, desenvolvido para replicar as condições dentro de um ovário comum de um camundongo.
Quando os óvulos foram fertilizados com esperma, os cientistas conseguiram produzir cerca de 600 embriões, resultando no nascimento de sete filhotes.
Os camundongos nasceram saudáveis e também tiveram filhos quando adultos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Cientistas desenvolvem camundongo com dois pais a partir de células exclusivamente masculinas no site CNN Brasil.