Nesta sexta-feira, 10, o programa Pânico recebeu o senador mineiro Cleitinho Azevedo. Em entrevista, ele opinou sobre a polêmica envolvendo a fala de deputado federal Nikolas Ferreira sobre mulheres trans em discurso na Câmara dos Deputados. “O Nikolas, o que ele expressou, na minha humilde opinião, eu concordo. As mulheres estão perdendo espaço, sim. A maneira dele colocar a peruca ofendeu. Não tinha necessidade. Mas o conteúdo dele não desrespeitou ninguém. Defendeu as mulheres. [o Nikolas é] Um menino de ouro, mas o jeito que ele se expressou na questão da peruca não tinha necessidade”, disse. “Não sou um cara extremista, acho que o extremo limita as pessoas. Não sou um cara radical, sou totalmente contra quem é preconceituoso, quem discrimina. Uma coisa que a gente tem que combater é isso. É ridículo a pessoa que é preconceituosa e discrimina. Deus deu o livre arbítrio, as pessoas têm o direito de ser o que quiserem. A gente não tem direito de julgar”, acrescentou.
Sobre os indícios da indicação de Cristiano Zanin, advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao STF, Cleitinho endureceu o discurso, falou sobre o papel do Senado na decisão e citou a reeleição de Rodrigo Pacheco à presidência da Casa. “É imoral. A gente tem uma base de oposição. Acredito que a governabilidade, quem está no poder — no caso hoje e o Lula — tem sempre o poder da negociação. Não adianta a gente sabatinar, conseguir mudar alguma situação que não muda. A prova disso foi agora na presidência do Senado. Ele [Rodrigo Pacheco] é de Minas Gerais. Com todo respeito, votei no Rogério Marinho, mas ele novamente ganhou com o apoio do Lula”, comparou. “Então, tem situações que a gente fica mais na utopia, fica mais no sonho. Agora, é uma imoralidade. O que a gente precisa fazer é mudar as leis, não pode ser o presidente a indicar [os ministros do STF] não. Vamos mudar as leis. Vai passar? Não sei, mas para a gente mudar essas imoralidades é só através de lei.”
Cleitinho Azevedo foi um dos senadores com mais votos nas eleições do último ano. No entanto, sua carreira na política já passou por outros caminhos. O parlamentar vivia na cidade de Divinópolis, onde se tornou vereador após uma conhecida carreira local na música. Logo depois, foi eleito deputado estadual por Minas Gerais. “Eu era cantor. Era tão bom cantor que virei senador. Subia em cima do palco e descia o cacete na política. Os caras chegavam e diziam: ‘Fala bem do prefeito’. Eu não vou falar nada bem do prefeito. Me contratou, o dinheiro é de vocês, não tenho nada a ver com vocês. Gravava vários vídeos vendo o Pânico. Meu sonho era um vídeo meu estar aqui, comecei a atacar a política também. Isso deu popularidade dentro da cidade”, explicou.
Após demonstrar o interesse em entrar na política, o mineiro diz que foi boicotado na carreira artística. “Meus shows começaram a cair. Eu fazia dez shows, comecei a fazer um, no qual eu mesmo me contratava. Tinha que alugar o local e chamar o pessoal. Comecei a perder meus shows. Fiquei revoltado. Tiraram de mim o que eu mais gosto, que é cantar. Pensei: ‘Vou entrar agora e vou tirar o que eles mais gostam, que é roubar'”, concluiu.