O Metrô justifica a medida afirmando que ela se deu após uma pesquisa de opinião ser feita com moradores de regiões próximas da futura estação. A consulta teria sido concluída no final de 2022.
O nome Fernão Dias teria tido 57% das preferências, ante 29% de Paulo Freire e 14% de Parque Novo Mundo. "O nome Paulo Freire era apenas provisório para a criação de referências nos projetos, até a confirmação pelas pesquisas", diz o Metrô, em nota.
A mudança, que pretere o educador em detrimento do bandeirante paulista, surpreendeu funcionários da empresa que tomaram conhecimento da alteração.
A futura estação está prevista para ser construída em um ponto da avenida Educador Paulo Freire, na capital paulista, próximo à rodovia Fernão Dias.
Patrono da educação brasileira, Paulo Freire (1921-1997) é considerado um dos principais educadores do mundo. Seu principal livro, "Pedagogia do Oprimido", figura entre as cem obras mais citadas em língua inglesa, de acordo com o Google Scholar, plataforma voltada à produção científica.
Já segundo a Open Syllabus -projeto que reúne informações do mundo acadêmico- o livro é a única obra brasileira a aparecer na lista dos cem mais pedidos pelas universidades de língua inglesa.
Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o intelectual se tornou alvo de constantes ataques do então presidente e de seus apoiadores. Ainda durante a campanha à Presidência, Bolsonaro afirmou que pretendia excluir os métodos de Freire das escolas.
Em 2021, a Justiça Federal do Rio chegou a proibir o governo federal de tomar qualquer atitude que atentasse contra a dignidade de Freire.
Conhecido como "Caçador de Esmeraldas", o bandeirante Fernão Dias (1608-1681), por sua vez, teve uma trajetória atrelada à exploração de indígenas.