A moradora do Guará I precisou ser internada às pressas em 4 de março, após sofrer uma hemorragia causada por um machucado no local do tumor.
O caroço causava muito incômodo à idosa, que recorrentemente alegava sentir dor e ardência no local. Na madrugada do dia em que foi internada, Maria acabou causando um ferimento no local devido à coceira, o que resultou no sangramento.
“Foi uma providência de Deus o pior acontecer para que ela conseguir a cirurgia”, disse a sobrinha-neta de Maria, Vanessa de Lima Pereira Cabral, 53.
Desde o final de janeiro deste ano, a Justiça já havia determinado que o GDF garantisse a cirurgia à paciente na rede pública. Porém, a idosa não havia conseguido o procedimento até então.
Após ser encaminhada ao Hospital de Base, em decorrência da hemorragia, Maria ficou internada cinco dias no pronto-socorro da unidade até receber a notícia que passaria pela tão aguardada cirurgia.
Em 9 de março, a paciente passou pela procedimento de retirada do tumor. “Por conta do crescimento do câncer, a visão dela também foi prejudicada e precisaram extrair um dos olhos dela para não correr o risco de o nódulo retornar no local”, conta Vanessa.
Segundo a sobrinha-neta da idosa, os médicos também não fizeram a reconstrução do globo ocular para observar se não haveria o surgimento de um novo tumor daqui pra frente.
“Era um tumor maligno, com evolução muito rápida. Se não tivessem demorado tanto para operá-la, talvez ela não tivesse perdido um dos olhos. É revoltante chegar em uma situação como essa”, ressalta.
Apesar da idade avançada, que poderia ser um fator de risco em procedimentos como esse, Maria Orquídea demonstrou garra de viver e recupera-se muito bem da cirurgia.
Nessa terça-feira (14/3), ela recebeu alta hospitalar e segue se recuperando, agora em casa. “Foi um carinho e um cuidado muito grande que tiveram com ela no hospital. Estamos tristes com a evolução do tumor, mas felizes por ela ter passado pelo procedimento”, reforça Vanessa.
A idosa vivia em Ubajara, no Ceará, até o início do ano passado. “Ela morava com meu pai, que morreu em janeiro de 2022. Depois disso, veio morar comigo aqui”, conta.
“Esse tumor apareceu na bochecha da minha avó há alguns anos. Mas, ela vivia no interior e o médico não identificou o câncer. De um tempo para cá, ele aumentou e atingiu a pálpebra, foi quando descobrimos o câncer”, narra a sobrinha-neta.
No meio do ano passado, Vanessa levou Maria ao Hospital Regional do Guará (HRGu), que encaminhou a idosa ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A paciente começou a ser acompanhada naquela época, mas só conseguiu fazer uma cirurgia em novembro.
A operação seria para retirada do tumor. Porém, mesmo depois do procedimento, o câncer voltou a crescer no rosto de Maria Orquídea. “De dezembro para cá aumentou muito. Então, procurei a Defensoria Pública para entrar na Justiça e ela conseguir essa cirurgia que retire tudo”, disse.
Em 26 de janeiro, a Justiça determinou que o GDF garantisse a cirurgia à paciente.
Na época, o procedimento deveria ser feito na rede pública, ou, em caso de indisponibilidade, junto à rede privada de saúde, no prazo de 15 dias, sob pena de bloqueio de verbas públicas.
De acordo com o processo judicial, o procedimento foi autorizado para o mês de fevereiro.
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