Também vão comandar consulados, provavelmente em cidades dos Estados Unidos, os embaixadores Ronaldo Costa Filho e Reinaldo Salgado.
Costa Filho é o atual chefe da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, e teve alta visibilidade com pronunciamentos feitos por conta da votação de resoluções da ONU sobre a guerra na Ucrânia. Ele vai para São Francisco.
Salgado é embaixador em Buenos Aires, considerado um dos postos mais importantes no Itamaraty, devido ao peso da Argentina e do Mercosul.
Os dois ex-chanceleres de Bolsonaro estão em situações diferentes. Ernesto Araújo, que falou em “comunavírus” durante o auge da pandemia de Covid-19 e exaltou a posição de “pária internacional” do Brasil, tirou licença não remunerada e vive nos Estados Unidos.
Carlos França, que liderou o Itamaraty na segunda metade do governo Bolsonaro e buscou uma agenda de “normalização” da política externa, deverá assumir a embaixada em Ottawa, no Canadá.
Sua indicação ao Senado só não foi feita ainda pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque falta o agrément dos canadenses, que, às vezes, demora algumas semanas.
O pedido de agrément é uma consulta formal, seguindo parâmetros da Convenção de Viena (1969), para saber se não há objeções do governo local à indicação de um embaixador. A consulta é feita apenas para chefes de embaixadas. Não há necessidade de agrément para consulados.
Nos próximos dias, deve ser anunciada a ida de Guilherme Patriota para a chefia da delegação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), que fica em Genebra, na Suíça.
O embaixador Sarquis José Buainain Sarquis deixa a Secretaria de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty para representar o país na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com sede em Paris, França, à qual o Brasil pede para entrar como sócio.
Alexandre Parola, ex-embaixador na OMC e atualmente na OCDE, irá para Rabat, no Marrocos.
Em um esforço para aumentar a representatividade feminina em posições de destaque, o Itamaraty pediu agrément para cinco embaixadoras brasileiras: três na Europa, uma na América Latina e uma na África. Tal como Parola, elas ainda aguardam uma resposta oficial.
Essas diplomatas se somam a outras quatro que já foram indicadas ou assumiram postos importantes nas últimas semanas: Maria Luiza Viotti para a embaixada em Washington, Estados Unidos; Carla Barroso para a agência da ONU para agricultura e alimentação (FAO); Paula Alves de Souza para a agência da ONU para educação (Unesco); e Claudia Vieira Santos para a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA).
Além disso, três das dez secretarias que respondem diretamente ao chanceler Mauro Vieira são ocupadas hoje por mulheres. Pela primeira vez na história do Itamaraty, também, uma mulher — Maria Laura da Rocha — ocupa a Secretaria-Geral. O cargo equivale ao de vice-ministra.
Diplomatas indicados para chefiar embaixadas precisam ser sabatinados na Comissão de Relações Exteriores do Senado e, depois, terem seus nomes aprovados em plenário. Só então podem suas nomeações efetivadas pela Presidência da República.
Para os consulados, no entanto, esse procedimento não é necessário.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Itamaraty faz “dança das cadeiras” em postos-chave no exterior no site CNN Brasil.