Nova ameaça de ataque em escola de Campo Grande é motivo de preocupação entre pais e responsáveis. Dessa vez, a ameaça de chacina é em escola municipal localizada na Vila Moreninha.
Conforme denúncia à equipe de reportagem, ameaça de ataque foi escrita no banheiro masculino. Diante disso, Guarda Municipal e Polícia Militar serão mobilizadas para fazer acompanhamento na unidade escolar.
Assim, segundo informações de pais ao Jornal Midiamax, a mensagem foi escrita com caneta vermelha no banheiro masculino da escola. A ameaça diz: "Chasina [chacina] 18/04/2023 aqui nessa escola no 8º [ano]". Segundo a mãe de um estudante de 12 anos, família está preocupada.
A denúncia do ataque chegou nesta segunda-feira (3), mesmo dia em que a Câmara de Vereadores realiza audiência pública para discutir os impactos da insegurança nas escolas para os profissionais da educação. O secretário municipal de Educação da Semed, Lucas Bitencourt, esteve presente no evento e comentou sobre a nova ameaça de ataques.
"Nós temos uma coordenadoria chamada Psicossocial e nós automaticamente, ao sabermos dessa situação, já movimentamos todos para que estejam indo para a escola. Já acionamos a Segurança Pública e a Guarda para estarem acompanhando. Faremos também uma série de palestras de conscientização em relação a isso. A Guarda fará monitoramento durante o período de aula", afirma Lucas, que garante que os trabalhos ocorrerão ao longo dessa semana.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação) também enviou nota oficial ao Jornal Midiamax sobre o caso e alegou que possui parceria com a Guarda Municipal e com a Sejusp-MS, com os policiais do Programa Escola Segura Família Forte, que monitoram escolas e também desenvolvem palestras e conversas preventivas com os alunos.
"A direção escolar acionou a Guarda Municipal e a Polícia Militar por meio do projeto 'Escola Segura e Família Forte'. O ocorrido foi registrado em ata, os policiais estão realizando um trabalho de conscientização com os alunos. O caso também está sendo monitorado para que se identifiquem os autores", informa.
Ainda conforme a secretaria, a equipe do Secoe (Setor de Acompanhamento de Conflitos Relacionados à Evasão e Violência Escolar) estará na unidade escolar na terça-feira (4) para orientação dos alunos e monitoramento do caso.
Não é a primeira vez que uma escola de Campo Grande se torna alvo de ameaças de ataques contra alunos e professores. Afinal, a segurança nas escolas ganhou evidência após o caso de uma professora que foi morta a facadas por um adolescente de 13 anos, na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. Para evitar casos semelhantes em Mato Grosso do Sul, o poder público conta com câmeras e equipes com psicólogos para acompanhar o comportamento dos estudantes.
No dia 23 de março, um aluno causou pânico em uma escola estadual em Campo Grande ao ameaçar funcionários e colegas com um simulacro de uma arma. O jovem de 15 anos foi imobilizado pelo diretor.
Outro caso, dessa vez em escola estadual localizada no Bairro Estrela Sul da Capital, também mobilizou equipes do Batalhão de Choque e da Polícia Militar após ameaças de massacre no último dia 28.
Segundo avaliação do presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, a violência nas escolas é um reflexo da sociedade e são necessários programas por parte do poder público e da comunidade escolar que debatam sobre o tema.
"Os professores se sentem inseguros, eles estão sujeitos. Tem que ter políticas públicas por parte dos gestores e tem que ter um projeto de amparo no exercício da profissão. Apoio psicológico seria uma parte, mas não é só. A escola tem que ter bom projeto pedagógico, boa participação com a comunidade, em que os pais se sintam parte da escola. Dos alunos, criar os grêmios estudantis nas escolas ajuda, ter professores efetivos ajuda também porque eles passam anos na escola e criam laços", avalia o presidente da Fetems.
Para prevenir casos de violência dentro das escolas, a rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul conta com monitoramento por câmeras de segurança, psicólogos e seis viaturas da Polícia Militar que fazem a ronda escolar.
De acordo com o titular da SED (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul), Hélio Daher, são disponibilizados psicólogos pela Coped (Coordenadoria de Psicologia Educacional) para atender os alunos que praticam e são vítimas de bullying.
Os psicólogos estão localizados em Campo Grande e em 11 regionais do Estado. Quando a escola identifica um caso, é solicitado o atendimento por meio do preenchimento de um formulário no sistema.
"O objetivo da Coped é desenvolver políticas antibullying na prevenção de desencorajar e de combater o início do bullying. A coordenadoria atua em parceria com o Ministério Público e o Conselho Tutelar e na conscientização dos professores", ele explica.
Além disso, também estão sendo implantadas câmeras de segurança nas escolas estaduais que são monitoradas em uma central. A expectativa é que o projeto seja expandido para o interior e que previna brigas e furtos.
"Nós também vamos começar o teste de reconhecimento facial na entrada dos estudantes para melhorar ainda mais a segurança escolar", conta o titular da SED.
O Governo do Estado também promove a Ronda Escolar, criada em 2017, com seis viaturas da Polícia Militar e 12 agentes.
De acordo com o coordenador do Programa Escola Segura, Família Forte, ligado à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Valson Campos dos Anjos, o monitoramento abrange 122 escolas da rede estadual e 50 da rede municipal.
Todas as escolas recebem, ao menos, três visitas por semana. "A ronda pega o período da manhã e para na escola, pelo menos cinco minutos. Os policiais entram na escola, cumprimentam o diretor. É uma ronda preventiva, é específico. Eles fazem o entorno da escola, no mínimo 200 metros", explica Valson dos Anjos.
Por meio de nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande) explicou que conta com o Secoe (Setor de Acompanhamento de Conflitos Relacionados à Evasão e Violência Escolar), que realiza formação continuada com diretores e coordenadores para identificação de casos de abusos e maus-tratos e sobre denúncias ao órgão competente.
O setor também realiza palestras preventivas nas escolas e conversa diretamente com alunos sobre bullying e violência. A formação continuada com os coordenadores ocorre em cumprimento à lei 6.672 de 15 de setembro de 2021.
"Há ainda uma parceria com a Guarda Municipal com palestras orientativas e preventivas e com a Sejusp-MS, com os policiais do Programa Escola Segura Família Forte, que monitoram escolas e também desenvolvem palestras e conversas preventivas com os alunos.
Em casos de denúncias de alunos com objetos perigosos, a Guarda Municipal é acionada imediatamente pela direção da unidade escolar para revistar o aluno", informou em nota.