Os dois casos foram apontados como evidência de transmissão do coronavírus através da placenta, com graves consequências para o desenvolvimento das crianças — o relato é o primeiro a comprovar os riscos do contágio ainda durante a gestação.
Nenhuma das crianças testou positivo para o Sars-CoV-2, mas ambas tinham níveis altos de anticorpos contra o patógeno. O coronavírus foi encontrado na placenta das duas participantes.
Embora sejam exceção, os bebês afetados pela Covid-19 enfrentaram consequências em seu desenvolvimento cerebral desde que nasceram. Ainda no primeiro dia de vida, eles passaram pela primeira convulsão; nos meses seguintes, desenvolveram microencefalia.
Infelizmente, no caso de um dos bebês que participaram no estudo, os problemas foram tão graves que ele morreu com apenas 13 meses de vida. A outra criança, embora siga viva, passa periodicamente por internações devido às suas condições neurológicas.
Cópia de 3 Cards_Galeria_de_Fotos (1)***teddy-bear-g3abd3b01d_640***kids***kids(1)***kids(2)***kids(5)***kids(4)***kids(6)***criancas-vacinacao-df170O bebê que morreu passou por uma autópsia que revelou a presença do coronavírus em seu cérebro mesmo um ano depois do seu nascimento. Os médicos que lideraram o estudo apontaram que esta presença, indetectável em exames regulares, foi a principal causa de morte da criança.
Ainda que a situação seja uma raridade, os casos relatados no estudo foram suficientes para que os investigadores recomendem às mulheres que tiveram a doença durante a gestação que alertem os pediatras de seus filhos. Assim, os médicos podem observar possíveis atrasos no desenvolvimento dos pequenos.
As mães que participaram do estudo foram contaminadas pela Covid-19 durante o segundo trimestre de gestação ainda nas primeiras ondas de transmissão, em 2020. Uma delas não teve quadro grave, mas a outra ficou tão doente que os médicos acharam melhor adiantar seu parto para as 32 semanas de gestação.
Como se refere a pacientes que ficaram doentes antes da disponibilidade de vacina, o estudo não pode determinar se as mães que se contaminaram depois de serem imunizadas poderiam enfrentar consequências semelhantes.
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