O Exército de Israel atacou posições no sul da Síria na madrugada deste domingo, 9, com artilharia e por via aérea. O ataque ocorre depois que seis foguetes foram lançados daquela área, três dos quais cruzaram o território israelense. “Aviões de guerra israelenses atingiram alvos adicionais em território sírio, incluindo um complexo militar da Quarta Divisão das Forças Armadas da Síria, sistemas de radares militares e postos de artilharia usados pelas Forças Armadas da Síria”, disse em comunicado um porta-voz militar israelense. Anteriormente, tropas israelenses atacaram com artilharia a partir da fronteira e com drones os postos de onde foram lançados os foguetes, que foram os primeiros disparados da Síria contra Israel desde 2019 e cujo lançamento ocorre dois dias depois de milícias palestinas lançarem cerca de 30 projéteis do sul do Líbano e mais mais de uma dúzia de Gaza.
Israel também respondeu disparando contra alvos do Hamas tanto na Faixa quanto no sul do Líbano, de onde foi realizado o maior ataque naquela fronteira desde 2006, quando tropas israelenses travaram uma guerra de um mês contra o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de seu inimigo Irã. Segundo a imprensa síria, a aviação israelense também efetuou bombardeios perto de Damasco, ataques que são comuns nos últimos anos e que Israel intensificou no último mês, o mais recente na terça-feira nos subúrbios da capital, deixando dois civis mortos. “As Forças Armadas de Israel veem o Estado da Síria como responsável por todas as atividades que ocorram dentro de seu território e não permitirão qualquer tentativa de violação da soberania israelense”, afirmou o Exército de Israel, país que mantém forte hostilidade com o regime sírio de Bashar al Assad, também um aliado do Irã.
No sábado à noite, 8, um primeiro lote de três foguetes foi lançado da Síria contra Israel, embora apenas um tenha atravessado o território israelense, atingindo uma área despovoada. Uma segunda rodada de três foguetes foi disparada horas depois, ao amanhecer, dos quais cruzaram dois, sendo que um foi interceptado pelo sistema antimísseis e outro caiu em áreas desabitadas. Os foguetes dispararam alarmes em vários locais das Colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel em 1967 e anexado em 1981. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma ONG com sede no Reino Unido e uma ampla rede de parceiros no terreno, os foguetes foram lançados da província de Quneitra, adjacente às Colinas de Golã, que é controlada pelo governo sírio e tem um presença crescente de milícias pró-Irã aliadas, bem como uma unidade do grupo xiita libanês Hezbollah.
Durante anos, Israel atacou com frequência as posições de todos esses grupos e milícias, em uma guerra oculta contra o Irã em solo sírio, da qual nunca informa e que leva a cabo com a conivência da Rússia, aliada do governo sírio e com bases militares naquele país. A troca de disparos na fronteira norte ocorre em meio ao aumento da violência na região, com vários ataques palestinos – que deixaram três mortos em dois dias – e confrontos entre a polícia israelense e fiéis palestinos na mesquita sagrada de Al Aqsa, na Jerusalém Oriental ocupada, durante o mês do Ramadã.
*Com informações da agência EFE