A escritora e crítica cultura Heloísa Buarque de Hollanda, de 83 anos, foi eleita nesta quinta-feira, 20, a mais nova imortal da Academia Brasileira de Letas (ABL). Ela venceu com 34 votos a favor dos 37 possíveis, e se tornou a 10ª mulher eleita. A vaga surgiu depois da morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro passado, aos 85 anos. Dos outros candidatos, o pintor e escritor Oscar Araripe teve 2 votos e houve um voto em branco, os demais concorrentes, Denilson Marques da Silva, José Gildo Pereira Borges e José Milton Monteiro Araújo da Silva, não receberam votos. Desde o começo ela era apontada como favorita. Pela primeira vez a votação foi realizada por meio da urna eletrônica, e 24 acadêmicos utilizaram essa nova formulação, os outros 13 votaram por carta. Formada em Letras Clássicas e com mestrado e doutorado em Literatura brasileira, Heloísa Buarque é uma das principais vozes do feminismo brasileiro. Entre seus livros publicados, destaca-se a histórica coletânea “26 Poetas Hoje”, de 1976, que revelou uma geração de poetas “marginais” que entrou para a história da literatura brasileira, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Em 2021, a escritora reuniu em uma edição de “As 29 poetas hoje”, segundo ela, as vozes de uma geração pulsante e combativa, que impressiona pela força, pela coragem e pelo talento. Atualmente, Heloísa é professora emérita na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde deu aulas e fez seu doutorado em literatura brasileira. Outra votação está marcada para próxima quinta-feira, 27, onde quadrinista Mauricio de Sousa, o filólogo Ricardo Cavaliere e o jornalista James Akel, disputam para assumir a vaga deixada por Cleonice Berardinelli.