Após a Justiça brasileira enviar a confirmação das trocas de etiquetas por uma quadrilha no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, a Alemanha libertou as brasileiras na última terça (11). Na sexta-feira (14), elas desembarcaram em Goiânia, onde se reencontraram com a família.
As companheiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini ficaram presas por engano durante 38 dias na Alemanha.
Após o retorno, elas passaram por uma consulta com uma dermatologista que constatou a doença –que teria sido contraída pelo uso coletivo de roupas e calcinhas dentro do presídio alemão.
"Voltamos com uma infecção bacteriana na pele que [...] se deu em função do uso coletivo de roupas e calcinhas (sim, era tudo de uso coletivo). Mais um problema daquela prisão arbitrária e injusta. Mas vamos superar", escreveu Kátyna em uma postagem nas redes sociais neste sábado (22).
A advogada delas, Luana Provásio, disse que pretende abrir uma ação por danos morais contra o Estado alemão.
A investigação da Polícia Federal brasileira constatou que as etiquetas com os nomes delas foram parar em malas que continham 40 quilos de cocaína, e que elas não sabiam sobre as drogas.
O casal passaria 20 dias viajando de férias pela Europa. Além da Alemanha, o roteiro incluía Bélgica e Holanda, em comemoração da conclusão da residência veterinária que Jeanne fazia na UnB (Universidade de Brasília).
Segundo elas, ao serem detidas no aeroporto, foram separadas e ficaram em salas diferentes, algemadas pelas mãos e pelos pés por cinco horas, com fome e com frio. Só souberam do que eram acusadas quando chegou um intérprete.
Além da prisão, Kátyna também não conseguiu acesso aos seus remédios de uso contínuo para dores crônicas e ansiedade que estavam na sua bagagem de mão. As duas permaneceram em celas separadas o tempo todo.
Na sexta-feira (21), Kátyna postou no Instagram um desenho que fez para mostrar a visão que tinha da janela de sua cela na prisão em Frankfurt. A ilustração mostra 11 guardas armados e fumando num pátio, além de uma espécie de torre de vigia e uma igreja com uma cruz em destaque.
O caso deu início a uma investigação da Polícia Federal sobre troca de bagagem, que resultou em uma operação com que prendeu seis suspeitos de participarem do esquema.
Segundo os policiais, os narcotraficantes retiravam aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e as colocavam em malas contendo drogas.