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Jogadoras do Corinthians sofrem ameaças após protesto e demissão de Cuca, diz técnico

As jogadoras do Corinthians estão sofrendo ameaças, nas redes sociais e nas ruas, após o protesto pelo movimento "Respeita as Minas" que aumentou a pressão contra a contratação do técnico Cuca, condenado por violência sexual contra uma jovem de 13 anos em 1987 na Suíça.


As jogadoras do Corinthians estão sofrendo ameaças, nas redes sociais e nas ruas, após o protesto pelo movimento "Respeita as Minas" que aumentou a pressão contra a contratação do técnico Cuca, condenado por violência sexual contra uma jovem de 13 anos em 1987 na Suíça. Cuca não suportou a pressão de parte da torcida e deixou o time masculino após sete dias. A denúncia de ameaças foi feita pelo técnico do time feminino Arthur Elias.

O técnico afirmou que o protesto não foi direcionado para Cuca, mas em favor das mulheres. "A gente passou dias conturbados, então é importante, no pouco espaço que tenho, me manifestar. Foi uma declaração que eu dei, com a intenção de amenizar um pouco as consequências negativas que o grupo estava sofrendo. Atletas sendo xingadas, não só nas mídias sociais, mas também nas ruas. Algumas delas foram ameaçadas", afirmou o treinador antes da vitória sobre o Cruzeiro neste domingo.

Elias se refere à nota publicada nas redes sociais durante a estreia de Cuca contra o Goiás para fortalecer o movimento "Respeita as Minas". "Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. "Respeita as Minas" não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado", diz trecho da nota divulgada por todas as atletas e que vem sendo bastante compartilhado pelos torcedores.

"A gente tem que deixar claro que foi um posicionamento feito por todas as atletas, apoiadas por mim. Um posicionamento que se referia à luta dos direitos a favor das mulheres. Obviamente contra qualquer tipo de violência contra a mulher", disse Elias.

Arthur Elias teme que a modalidade perca força dentro do clube e diante dos torcedores. "É injusto que a gente perca força com nosso torcedor e perca força internamente dentro no nosso clube. É uma responsabilidade minha, como treinador, da imprensa, de olhar como tudo deve ser olhado. Eu tenho certeza que com esse projeto a gente impacta na próxima geração. A gente tem uma chance de transformar um futebol que sempre foi machista. Contribuímos muito. É um novo mercado. Então temos que entender que esse esforço não pode ser perdido e sim aumentado", afirmou.

RELEMBRE O CASO

Depois da queda de Fernando Lázaro, que deixou de ser treinador e voltou a ser auxiliar, o presidente Duílio Monteiro Alves escolheu Cuca, apesar da possibilidade de resistência da torcida em função da condenação do treinador em um caso de violência sexual na Suíça ocorrido em 1987, ao lado de outros três jogadores quando era do Grêmio.

Algumas torcedoras foram ao CT Joaquim Grava para protestar. Em sua apresentação e em todas as declarações posteriores, Cuca afirmou ser inocente e que foi condenado à revelia por estar no Brasil. Diante da pressão, também nas redes sociais, Cuca pediu demissão na madrugada de quarta-feira após a classificação sobre o Remo na Copa do Brasil.

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