Chega a hora da última "tranca", jargão usado entre os policiais penais para o encerramento do banho de sol e fechamento dos internos nas celas. A tensão está no ar, mas o serviço é concluído com êxito. Os policiais penais responsáveis pelos pavilhões fazem um novo confere. Ninguém fugiu.
Termina o expediente normal e a unidade agora está nas mãos apenas da equipe de plantão. É do chefe de equipe a missão de responder pela direção da unidade prisional, até que um novo expediente se inicie. É o que está estabelecido no RIBUP/MS (Regimento Interno Básico das Unidades Prisionais do Estado de Mato Grosso do Sul).
A movimentação maior segue até às 18h35, logo a noite se torna silenciosa, os barulhos das grades sendo movimentadas, do abre e fecha de algemas e o balançar das chaves, agora dão lugar a murmúrios e alguns gritos de internos que ecoam por entre os pavilhões, o tempo corrido durante todo o dia, agora passa devagar. A atenção maior é para evitar fugas, os olhares já cansados da correria do dia precisam se manter atentos, vencendo o sono e a exaustão. "Algumas noites são tranquilas, outras não", alerta o chefe de equipe, que seguiu noite adentro envolvido nos lançamentos do dia. A madrugada seguiu "sem alterações".
Um novo dia se inicia, é a vez de uma nova equipe responder pela rotina da unidade. Um novo confere é feito por quem vai assumir, acompanhado pelos que irão passar o serviço. Novos heróis anônimos estão com a missão de garantir que criminosos permaneçam presos e a sociedade mais segura.
Nesse contexto, cuja frente de batalha é a manutenção cotidiana da segurança e das regras de procedimento no presídio, esses profissionais são sabedores do papel que cumprem e do peso de vestir a farda preta. A ele e seus companheiros de serviço é reservado um protagonismo de anonimato, cujo verdadeiro prêmio que levam para casa é o fechamento de mais um plantão com êxito e a certeza do dever cumprido.