‘As doenças oculares, que acometem as espécies domésticas, são muito semelhantes às doenças humanas’, conta médica
A medicina veterinária, assim como a que estuda os seres humanos, abrange uma série de segmentos. Existem terapeutas, dentistas e até mesmo especialistas em visão de animais. Neste domingo (7), Dia do Oftalmologista, a reportagem conversou com a médica veterinária Andrea Barbosa, que cuida dos olhos dos bichos, para tirar as dúvidas sobre a periodicidade, os principais cuidados e as raças predispostas a terem riscos de doenças oculares.
“O oftalmologista veterinário pode trabalhar com cães, gatos, ou até com equinos e outras categorias de animais. As doenças oculares que acometem as espécies domésticas, principalmente, são muito semelhantes às doenças humanas”, conta.
A resposta é quase óbvia, mas não. Os cães não precisam usar óculos. A oftalmologista veterinária Andrea Barbosa detalha essa questão.
“Como a qualidade de visão, com relação à precisão, para eles é menor do que a nossa, acaba que não tem significado clínico. Então, a gente não faz o diagnóstico e não tem importância. Se tiver algum grau de miopia, ele vai se comportar normal”, narra.
Andrea ressalta que as doenças oculares dos animais se assemelham bem às humanas. “Vamos ter na lista conjuntivite, olho seco, úlcera de córnea, catarata, glaucoma São as mesmas doenças, claro que com algumas características específicas, conforme a espécie”, conta.
A oftalmologista revela que os tutores precisam ficar atentos caso os cães demonstrem algum tipo de mutação, como olho vermelho, secreção, mudança de aspecto, alteração de visão, para poderem levar ao médico para garantir a saúde ocular.
“Não é normal ter secreção no olho. É sinal que ele tem algum problema. Não é para acumular secreção. Sempre falo para comparar com a gente. A gente amanhece com o olho cheio de secreção, ou fica juntando aquele fio de muco? Se tiver, isso vai incomodar, então, também vai incomodar o cão”, diz.
A doutora explica sobre alguns cães precisarem de atenção prévia. “Algumas raças requerem exames periódicos, independente de apresentarem ou não sinais clínicos nítidos. Então, todos os braquicefálicos [que são aqueles cães com uma cabeça em formato ‘achatado’ e focinho pequeno, como o pug e o buldogue] deveriam passar por exame clínico oftalmológico periódico, porque algumas doenças a gente consegue identificar predisposição e prevenir”, alerta.
Andrea relata, ainda, que existem algumas doenças que estão relacionadas diretamente às raças dos cachorros, ou seja, cães dessas espécies tem uma maior possibilidade a alguns tipos de enfermidades.
“O pitbull, por exemplo, tem uma predisposição pelo tipo de conformação facial. Como eles são muito cabeçudos, o olho tende a ficar um pouquinho mais fundo. Às vezes, a pele inverte e, aí, a gente vai ter uma displasia de retina. No golden, nós vemos muitos defeitos epiteliais crônicos, que são úlceras de córnea associadas a um defeito de cicatrização. Os cachorros grandes, com bastante prega facial, aquela cara flácida, também podem ter deformidade palpebral e a gente vê a conjuntiva exposta. Eles também não piscam direito, porque tem flacidez da pálpebra, é como se ela fosse caída e isso se chama macro pálpebra.”, exemplifica.
Fonte: R7