Com o lançamento do programa "MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila", que irá oferecer cirurgias reparadoras para crianças e adolescentes, surgiu a dúvida de como o público-alvo poderá ter acesso ao procedimento, visto que a "fila" para realização das cirurgias é organizada pelos municípios.
Apesar de se tratar de um programa estadual para custeio dos procedimentos, a seleção dos pacientes ficará a cargo dos municípios de Mato Grosso do Sul. O Jornal Midiamax buscou entender o "caminho" que deve ser percorrido por pacientes e responsáveis até a realização da cirurgia.
De acordo com a Sesau (Secretária Municipal de Saúde de Campo Grande), o acesso para o serviço será iniciado nas unidades básicas de saúde da Capital.
Assim, o paciente passará por uma consulta com o médico geral, que deverá realizar o encaminhamento para uma consulta especializada. Logo depois, o profissional especializado que determinará se a pessoa precisa ou não da cirurgia.
Caso o reparo cirúrgico seja necessário, o médico indicará o procedimento e o paciente será inserido no Sisreg (Sistema de Regulação) – a conhecida fila – e deverá aguardar a disponibilidade de uma vaga.
Segundo a Sesau, para pessoas que residem em municípios do interior, o caminho é basicamente o mesmo. Entretanto, a unidade de origem deverá inserir o pedido no sistema, sugerindo o encaminhamento para um serviço de referência.
Por fim, o tempo de espera para a realização do procedimento irá variar de acordo com a complexidade, quadro clínico do paciente e oferta de vagas.
Atualmente, 208 pacientes estão na fila de espera das três cirurgias reparadoras e podem ser beneficiados pela iniciativa.
Vale lembrar que o Estado, em parceria com as secretarias de Estado de Saúde e Educação, poderá oferecer as seguintes cirurgias reparadoras: cirurgia mamária feminina não estética; plástica mamária masculina; e tratamento cirúrgico não estético da orelha.
Conforme a Sesau, no momento, há 61 solicitações de pacientes aguardando por cirurgia de correção de orelha de abano, 34 de ginecosmastia masculina e 113 para cirurgia mamária feminina não estética em Campo Grande.
O Governo de MS já informou que possui cadastro de crianças e adolescentes vítimas de bullying e identificados pela Sejusp-MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) encaminhadas para a rede pública de saúde.
"Esse é o público que já está na fila dos procedimentos: crianças com orelha de abano, nariz adunco, crescimento excessivo das mamas e problemas oftalmológicos, como estrabismo e alto grau de miopia", explicou a assessoria.
O programa "MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila", lançado nesta segunda-feira (8), pretende reduzir as filas de espera de consultas, exames e cirurgias dos municípios de Mato Grosso do Sul. Serão investidos no programa R$ 45 milhões em recursos estaduais e R$ 7,9 milhões em recursos federais.
Entre as novidades, está a inclusão de cirurgias reparadoras, para atender crianças e adolescentes, com o processo de socialização prejudicado por conta de alguma deformidade.
Apesar de ainda estar em fase inicial, necessitando da adesão das Secretarias Municipais, projeto já acende a esperança de quem não tem condições de pagar por procedimentos.
As cirurgias reparadoras elencadas pelo Governo de Mato Grosso do Sul presentes no programa são: