Na comparação com o período de janeiro a março de 2022, a carteira de crédito do banco teve expansão de 16,8% no primeiro trimestre deste ano, alcançando mais de R$ 1 trilhão. O maior crescimento foi no crédito disponibilizado ao agronegócio, que teve alta de 26,7%, totalizando R$ 322,5 bilhões.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou a importância do setor para a instituição. "Somos os líderes desse segmento da economia e queremos ter posição de maior destaque. Os números demonstram a prioridade que damos para nossa parceria com o agronegócio: no atual plano safra, já desembolsamos mais de R$ 148 bilhões, um crescimento de 30% sobre a safra anterior", enfatizou em seu discurso.O crédito consignado também tem destaque na estratégia do banco. A carteira de crédito para pessoa física teve expansão de 11,7% entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período de 2023, ficando em R$ 300,1 bilhões. Desse montante, mais de R$ 100 bilhões são de empréstimos com desconto em folha, uma alta de 40% em relação a 2022, que atende atualmente a 700 mil clientes.
A carteira de crédito para micro e pequenas empresas passou de R$ 92,4 bilhões no primeiro trimestre de 2022 para R$ 114,8 bilhões neste ano, alta de 24,2%. Os empréstimos para grandes empresas e governos cresceram 8,1%, e em março eram R$ 247,2 bilhões.
O percentual de clientes com dívidas em atraso superior a 90 dias subiu de 1,89% em março de 2022 para 2,62% em março deste ano. O índice, segundo o Banco do Brasil, ainda é menor que a média de 3,3% do sistema financeiro nacional. No banco, as linhas de crédito para pessoa física têm o maior nível de problemas de pagamento, com inadimplência de 5,39%. "Aqui no Banco do Brasil nós já conseguimos enxergar que essa inadimplência atingiu o seu pico", disse o CFO (diretor financeiro) da instituição, Geovanne Tobias, sobre a carteira para pessoas físicas.
Apesar da inadimplência na carteira destinada a empresas ser menor - 2,13% em março de 2023 contra 1,23% no mesmo mês do ano passado – a direção do banco ainda não vê estabilidade nesse segmento. "Na pessoa jurídica nós tivemos, sim, uma continuidade desse crescimento que reflete, principalmente nesse primeiro trimestre, o que aconteceu no mercado de captação das grandes empresas de títulos privados, basicamente esse mercado travou. Ficou mais caro e mais difícil para as empresas se refinanciarem no mercado de capitais", argumentou Tobias.
No agronegócio, os problemas de pagamento permaneceram em um patamar estável, 0,6% em 2022 e 0,59% neste ano.
Nas projeções para 2023, o Banco do Brasil espera expandir a carteira de crédito entre 8% e 12%. O lucro líquido ajustado estimado para o ano é de R$ 33 bilhões a R$ 37 bilhões.