A catástrofe (Nakba) ocorrida em 15 de maio de 1948, 75 anos atrás, foi relembrada na noite de ontem, segunda-feira, 15, em Corumbá, pela comunidade palestina radicada na cidade já há muitos anos, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal.
Na oportunidade, Omar Fares, membro da comunidade palestina, fez uma viagem ao passado e relatou um pouco do ocorrido na Palestina que, até então, era controlada pelo Reino Unido, no chamado Mandato Britânico da Palestina, iniciado em 1920, e que durou até o dia 14 de março de 1948.
Omar ressaltou que tudo começou devido à Declaração Balfour uma breve carta datada de 2 de novembro de 1917 por Lord Arthur Balfour, o então secretário britânico dos negócios estrangeiros, dirigindo-se ao Barão Lionel Walter Rothschild, um colega sionista britânico, expressando o apoio do governo britânico a uma pátria judaica na Palestina.
Os objetivos sionistas por trás dela abriram o caminho para a imigração em massa de judeus de todo o mundo para a Palestina, e mais tarde para o Nakba, a Catástrofe de 1948, quando centenas de milhares de palestinos foram mortos ou forçados a sair de suas casas para dar lugar ao estabelecimento do Estado de Israel.
"Foi uma carta inválida concedendo o direito injusto para que as tropas de ocupação israelense pudesse ocupar a Palestina. Como é que alguém pode doar parte de um território que não lhe pertence?", questionou para em seguida, afirmar que essa decisão desencadeou a catástrofe, com a invasão e ocupação do território palestino que culminaram "com crimes bárbaros, crimes de guerra".
Lembrou inclusive o massacre do vilarejo Deir Yassin, que ficou cravado na memória palestina, com mais de 300 mortes, incluindo mulheres e crianças, e que desencadeou medo generalizado entre os palestinos que acabaram deixando suas casas.
Omar e a comunidade palestina corumbaense, diante de todos estes fatos, considera o 15 de maio como um Dia de Luto, e que a palavra Nakba se refere ao êxodo palestino durante e após a guerra árabe-israelense de 1948.
O dia 15 de maio de 1948 marcou o início da guerra árabe-israelense e há muito tempo é uma data em que os palestinos saem às ruas e protestam contra sua expulsão de suas terras. Muitos carregam bandeiras palestinas, trazem as chaves de suas antigas casas ou erguem faixas com os símbolos das chaves. As chaves representam a esperança e o direito dos palestinos de retornar às suas terras.
No passado, alguns protestos terminaram em confrontos violentos. O termo Dia da Nakba foi cunhado em 1998 pelo então líder palestino Yasser Arafat. Ele estabeleceu a data como dia oficial para lembrar a perda da pátria palestina.