Sonolento, apático, preguiçoso e totalmente desorganizado, o Flamengo pouco ofereceu de perigo ao Bragantino. Pelo contrário, foi sufocado, colocado nas redes e ainda viu Matheus Cunha salvar em vários lances. O goleiro, apesar de sofrer quatro gols, ainda fez defesas difíceis que evitaram uma surra ainda maior.
Depois de ver o Palmeiras perder para o Bahia, o Flamengo dependia apenas de suas forças para superar o segundo colocado na tabela, ficando atrás somente do líder Botafogo. Mas a pífia apresentação ainda custou uma posição, já que o time acabou superado pelo Grêmio.
Em casa, o Bragantino começou muito melhor. Mostrando mais disposição em campo e abusando das trocas de passes em velocidade, acuou o Flamengo nos minutos iniciais. E criou chances para abrir o placar em batidas de Sasha e Jadsom.
Com seu jeito agitado na beira do campo, o técnico Jorge Sampaoli caminhava de um lado para o outro ao mesmo tempo em que falava muito com o time. Cobrava mais calma e pedia para a equipe administrar mais a posse de bola, ao mesmo tempo em que pedia para os comandados saírem da defesa. "Ajuda, ajuda", gritava, irritado.
A marcação alta e atrevida dos paulistas, contudo, parecia surpreender os cariocas. Assustado em campo, o time não se achava e era sufocado. A estratégia de Pedro Caixinha só não era perfeita pela falta do gol. Antes de 20 minutos, Matheus Cunha já tinha feito defesas salvadoras. Após batida de Mosquera, o goleiro ficou no chão para dar uns segundos para a equipe se ajustar no campo.
O Flamengo de bola nos pés e toque refinado, entretanto, não conseguia jogar. Os chutões buscando ligação direta eram facilmente recuperados pelo Bragantino. Com 30 minutos, o goleiro Lucão não havia trabalhado ainda. A primeira finalização dos cariocas ocorreu somente aos 34 minutos. Pedro mandou pelo alto.
De tanto insistir, e ter escanteios a favor na etapa - foram 11 - o Bragantino enfim transformou sua enorme superioridade em vantagem no marcador. Evangelista colocou na cabeça de Eduardo Santos, que anotou seu primeiro gol pelo time. Com 1 a 0 merecido, o time do interior foi ao vestiário com o sentimento que poderia ter vantagem maior.
Um dos líderes do elenco, Everton Ribeiro saiu de campo reclamando do egoísmo dos companheiros de Flamengo. Em sua visão, mesmo sendo dominado, o time poderia render mais se atuasse em grupo. Curiosamente, o jogador foi o escolhido por Sampaoli para sair. Ficou no vestiário.
O Flamengo nem bem testou a nova formação, com a entrada de Pulgar, e já sofreu novo gol. Mosquera recebeu, se livrou do marcador e fez uma pintura em batida de fora da área. Logo com três minutos. Só depois da gigante desvantagem que os cariocas tiveram lampejos em campo. Arrascaeta carimbou a trave e Gerson bateu com perigo. Foi só.
Empurrado por uma animada torcida, o Bragantino retomou o domínio da partida e não teve dificuldades em ampliar. Capixaba cruzou e Evangelista cabeceou na trave. No rebote, livre, Alerrandro ampliou a surra. Ainda deu tempo de Mosquera aproveitar erro de Wesley e definir a maiúscula vitória em noite com mais de 30 finalizações de um ligado time do interior diante de um modorrento rival carioca que não conseguiu competir e pela primeira vez sai de campo sem balançar as redes.
FICHA TÉCNICA
RED BULL BRAGANTINO 4 X 0 FLAMENGO
RED BULL BRAGANTINO - Lucão; Eduardo Santos, Luan Patrick, Juninho Capixaba e Jadsom (Aderlan); Matheus Gonçalves, Lucas Evangelista (Gustavinho) e Eric Ramires (Praxedes); Mosquera, Vitinho (Sorriso) e Eduardo Sasha (Alerrandro). Técnico: Pedro Caixinha.
FLAMENGO - Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, David Luiz e Léo Pereira (Ayrton Lucas); Thiago Maia, Gerson, Everton Ribeiro (Pulgar) e Arrascaeta (Victor Hugo); Everton Cebolinha (André Luiz) e Pedro (Bruno Henrique). Técnico: Jorge Sampaoli.
GOLS - Eduardo Santos, aos 40 minutos do primeiro tempo; Mosquera, aos 3 e aos 35, e Alerrandro aos 30 do segundo.
ÁRBITRO - Anderson Daronco (RS).
CARTÃO AMARELO - Não houve.
RENDA - R$ 492.460,00.
PÚBLICO - 10.103 presentes.
LOCAL - Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista.
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