Para a tutora, a capacitação trará diversos benefícios para a população, uma vez que, segundo ela, cenários similares ao presenciado durante a pandemia de Covid-19 tendem a ser cada vez mais comuns. "Imaginemos uma pessoa com sarampo, por exemplo, que pode infectar até 16 pessoas ao mesmo tempo. A identificação precoce desse caso evita um possível surto".
Priscilla Arashiro e Raquel Almeida são duas das enfermeiras que passarão três meses estudando a realidade da vigilância em saúde nas unidades de Campo Grande. Para elas, a maior dificuldade das equipes é a identificação de quais são os casos de notificação compulsória.
"Sentimos que alguns profissionais não sabem nem mesmo quais são esses agravos, ou então têm dúvida quanto ao preenchimento das fichas de notificação, e isso é algo que percebemos que apenas com a formação não é suficiente para que os profissionais possam desempenhar essas funções ", completa Priscilla.
O curso segue até o final do mês de agosto, e resultará em seis projetos a serem direcionados diretamente na rede pública de saúde. "Esses estudos de caso irão direcionar as equipes exatamente nas fragilidades encontradas durante a pesquisa", enfatiza a superintendente de vigilância em saúde, Veruska Lahdo.
O EpiSUS
O Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema único de Saúde (EpiSUS) tem como base o treinamento do serviço de inteligência em epidemiologia, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), de Atlanta, nos Estados Unidos.
A partir do ano 2000, o EpiSUS foi instituído no país e visa a capacitação dos profissionais de saúde de todo o Brasil, na vigilância de agravos de notificação compulsória, que devem ser acompanhados, uma vez que normalmente são de rápida transmissão.
Este programa é constituído por níveis de conhecimento, sendo que em Campo Grande há três enfermeiras com a graduação intermediária, nove com nível fundamental e mais seis enfermeiras que estão em formação.