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Censo 2022: observadores internacionais concluem visita técnica ao Brasil


ONU

Entre os dias 19 e 23 de setembro, representantes de 18 países da América Latina, Caribe e África acompanharam os trabalhos das equipes técnicas do Censo 2022 no Brasil. 

A visita “Observa Censo” reuniu especialistas internacionais em cinco estados para acompanhar e trocar experiências sobre coleta de dados populacionais, sendo uma oportunidade para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compartilhar conhecimentos e receber contribuições a partir da perspectiva dos observadores internacionais.

A ação é parte de uma parceria entre o governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do IBGE, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

A experiência brasileira do Censo Demográfico foi observada presencialmente por especialistas de 18 países da América Latina, Caribe e África que acompanharam os trabalhos das equipes técnicas do Censo 2022 em cinco estados do Brasil, no período de 19 a 23 de setembro. A ação é parte de uma parceria entre o governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

As visitas técnicas do Observa Censo possibilitaram que os especialistas reunissem boas práticas para implementação em seus países, além de indicar recomendações para o aprimoramento da ação no IBGE. Num primeiro momento, os observadores acompanharam a rotina da pesquisa, as etapas que cada agente percorre para cadastrar os domicílios e as pessoas, a aplicação dos questionários, visitas de retorno e o procedimento de atuação em casos de recusa. Num segundo momento, foi observado o trabalho dos supervisores com a realização de entrevistas, conferência de unidades indicadas pelo sistema, verificação de relatórios e fechamento de setores.

Na abertura do evento, o embaixador Ruy Pereira, diretor da ABC, destacou os esforços do Brasil em promover o acesso a tecnologias que possam ser replicadas por outros países, como é o caso do Censo brasileiro. “No espírito da Cooperação Sul-Sul trilateral, essa atividade é transformadora, não só para os países visitantes, mas também para nós. Muitas das soluções para os desafios do desenvolvimento sustentável requerem sinergias. Conhecer melhor a população e suas especificidades, características e expectativas é fundamental para que possamos aprimorar as políticas. E esta ambiciosa e inovadora iniciativa, com a visita de especialistas internacionais, demonstra o potencial do IBGE no protagonismo desta ação”, reforça o embaixador.

Experiência – “Nós tivemos a oportunidade de observar sucintamente todas as etapas do processo no campo e nas instalações, toda a cadeia deste processo. E observar que o IBGE atua respeitando todas as normas internacionais. Nesta experiência, a pesquisa de pós-enumeração é uma grande área de interesse para nossos países. Queremos implementar a avaliação da coleta de dados e dar mais transparência no processo do censo na África”, explica Ana Angelina Fontes Gomes, representante de Cabo Verde.

A cidade de Belo Horizonte recebeu representantes dos países africanos de língua portuguesa Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Guiné-Bissau, que destacaram interesses de aplicação nos países sobre cartografia censitária e o desenvolvimento de aplicativos de coleta. “Alguns dos nossos países possuem apenas o dispositivo para a coleta de dados, ainda não temos aparelhos para a supervisão do trabalho de campo, o que trará muitos ganhos para a operação censitária”, completou Ana.

Participantes do Chile, Peru e Uruguai estiveram em Florianópolis e ressaltaram a metodologia de treinamento das equipes. Para Sheila Muller Perez, do Instituto Nacional de Estatísticas do Chile, toda a operação se destaca pois está pensada no usuário. “A coleta é transparente, atua de forma responsável e organizada, com metodologias flexíveis para a realidade do país. Nossos pontos de maior interesse estão nas estratégias realizadas para garantir a cobertura dos domicílios e os modos de atualização cartográfica”, comentou.

Destaques – Representantes de institutos de estatísticas do México, Colômbia, Equador e Honduras realizaram visitas in loco na cidade de Recife, em Pernambuco. Os especialistas enalteceram a boa funcionalidade do dispositivo de coleta para captação e sincronização dos dados em tempo real, além do domínio dos recenseadores nos conceitos utilizados nas abordagens para as entrevistas.

Para Isaac Sidharta Salcedo Campos, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística do México, um dos destaques identificados está na metodologia utilizada pelos supervisores, que permite a detecção de problemas no campo e a possibilidade de soluções de maneira oportuna. “Nas visitas foi possível identificar problemas semelhantes aos que enfrentamos em nossos países, como a dificuldade de acesso em domicílios de alta renda e com altos índices de violência. E foi possível aprender formas de abordar esses problemas”, explica Isaac.

Em Cabo Frio, a missão do Observa Censo contou com representantes de Bahamas, Belize, Nigéria, Senegal, Sudão e Trinidad e Tobago. Na oportunidade, os observadores aconselharam sobre a pré-codificação das atividades econômicas, que atualmente são inseridas manualmente. O assessor técnico para Censos do UNFPA Sudão,  Mohamed Melainine, que esteve na cidade, recomendou a possibilidade de sincronizar nos dispositivos móveis uma lista atualizada com informações do censo anterior sobre os domicílios, o que otimizaria o tempo de pesquisa.

“Foi uma experiência muito oportuna, principalmente pela possibilidade de visitas em diferentes perfis de domicílios, constatar o bom treinamento das equipes e o uso adequado das tecnologias. Listamos dezenas de boas práticas para compartilhamento com os países que irão aprimorar os processos de coleta de dados”, completou Mohamed. 

Legenda: Kátia Eusébio, de São Tomé e Príncipe, durante missão Observa Censo em Belo Horizonte (MG).Foto: © Camabrá Cine/UNFPA

Organismos internacionais – Representantes de organismos internacionais estiveram nas cidades de Boa Vista e Pacaraima no estado de Roraima, a convite do IBGE; e destacaram a experiência única e inovadora do Observa Censo, de poder ver na prática a experiência de coleta de dados em diversas regiões do país.

Na região norte, os observadores acompanharam a atuação das equipes junto às populações indígenas e nos abrigos de migrantes e refugiados. Os especialistas enfatizaram a importante atuação de atores locais e representantes de agências das Nações Unidas no suporte a estas populações. 

A representante do Centro Latinoamericano e Caribenho de Demografia (CELADE), Fabiana Del Popolo, mencionou a habilidade das equipes em lidar com a adequação cultural para estas localidades e a alta receptividade das pessoas para serem recenseadas. “Um dos destaques na nossa observação está na definição cartográfica dos territórios com a atualização automática dos questionários, a partir da aplicação das perguntas sobre etnicidade, observados nas visitas a comunidades indígenas em Pacaraima”, enfatizou ela.

A visita foi uma oportunidade para o IBGE compartilhar conhecimentos e receber contribuições a partir da perspectiva dos observadores internacionais. O grupo presente em Roraima estabeleceu algumas recomendações sobre a inserção de perguntas sobre fecundidade e migração nos questionários básicos. 

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