"De repente, esse adiamento foi bom porque deu mais maturidade para o projeto ser aprovado", declarou o ministro. Entre os principais avanços, Haddad citou as conversas com a Frente Parlamentar Agropecuária, que tinha recomendado voto contrário ao projeto e que, segundo ele, mudou de opinião após os esclarecimentos da equipe econômica.
Haddad não detalhou as alterações no projeto. Disse apenas que as mudanças foram "laterais" e não mudarão o acordo entre o Ministério da Fazenda e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), fechado em fevereiro.De acordo com o ministro, as mudanças trarão impacto fiscal positivo, fazendo o governo arrecadar mais por causa de novos procedimentos de negociação de dívidas tributárias inseridos no texto. Nesta quarta-feira (5), o relator do projeto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), incluiu no texto a possibilidade de que os acordos de transação tributária possam ser fechados pela Receita Federal sem a aprovação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Tipo de acordo instituído para negociar a dívida de empresas afetadas pela pandemia de covid-19, a transação tributária permite o refinanciamento de débitos com o governo com base na capacidade de pagamento do contribuinte.
Pauta econômica
Além do projeto do Carf, a Câmara dos Deputados pretende votar, ainda esta semana, a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, que voltou para a Casa após ser alterado pelo Senado. Haddad afirmou que as três propostas são cruciais para a política econômica do governo.
"Precisamos dos três projetos, que são estruturantes. O Carf está muito organizado. Depois de algumas negociações, evoluiu muito o texto", declarou. Em relação ao novo arcabouço fiscal, o ministro disse que esse é o projeto com menos resistência porque já foi aprovado pelos deputados uma vez, no fim de maio, e tramita na Câmara em caráter terminativo (sem passar por comissões).
Inicialmente, o projeto do Carf estava previsto para ser votado nesta quarta-feira (5), mas as negociações em torno da reforma tributária adiaram a votação para esta quinta-feira (6). Nesta noite, o Plenário começou a debater a proposta de emenda à Constituição (PEC) da primeira fase da reforma tributária, que simplificará a tributação sobre o consumo.