A explicação está relacionada ao maior conhecimento sobre o 4G e, consequentemente, à confiabilidade comprovada. Porém, a Nokia adianta que o objetivo final será mudar para o 5G.
Thierry Klein, presidente da Bell Labs Solutions Research da Nokia Bell Labs, lembra que o projeto começou "há alguns anos", sendo que a tecnologia 5G é mais recente. "O 4G, do nosso ponto de vista, foi definitivamente o ponto de partida certo para validar essa tecnologia", disse o executivo em entrevista ao site Fast Company.
O projeto da Nokia começou antes mesmo do contrato com a Nasa. Em 2018, a empresa assinou um acordo com a Vodafone Alemanha para fornecer uma rede lunar para uma missão privada à Lua. Porém, a empresa que iria entregar os rovers que seriam utilizados em solo lunar, PTScientists, acabou falindo em 2019 e a missão não saiu do papel.
Em 2020, a Nasa concedeu à Nokia um contrato de US$ 14,1 milhões (cerca de R$ 74 milhões) para desenvolver um sistema LTE de teste. Ele poderia abrir caminho para uma rede lunar a ser usada por astronautas que viverão e trabalharão na Lua e na órbita do satélite, como parte do projeto Artemis da Nasa.
Jason Mitchell, diretor de Comunicações Avançadas e Tecnologia de Navegação da Nasa, admitiu à Fast Company que o sistema atual de internet no espaço, de conexão direta com a Terra, atende bem às atuais missões lunares. Porém, não se encaixariam nos planos mais ambiciosos da Nasa, de ampliar a presença humana lá e, depois, em Marte.
"Precisamos de uma solução para dimensionar e fluir os dados de forma inteligente para onde eles precisam ir. Ou seja, nem todos os dados precisam voltar à Terra", disse Mitchell.
A estrutura inicial será pequena e caberá em um módulo compacto e automatizado, chamado de Nova-C, que está sendo desenvolvido pela startup espacial Intuitive Machines.
Klein observa que o equipamento de rede conectado à lateral do Nova-C é do tamanho de uma caixa de pizza e inclui duas unidades extras. O software usado no sistema vai receber proteção redobrada para resistir à interferência de radiação.
"O ponto de partida é um produto comercial de células pequenas da Nokia", diz Klein.
A intenção é fazer o lançamento do IM-1 no primeiro trimestre de 2023.