"É uma pena que alguns casos tenham sido arquivados porque os crimes já prescreveram. No meu caso, eram duas acusações: uma, de assédio sexual e outra de importunação sexual, que é um crime ainda mais grave. Só que a importunação aconteceu em 2017, e isso só passou a ser oficialmente um crime em 2018. E o assédio infelizmente também já prescreveu", escreveu Dani.
Queixas de outras cinco mulheres além de Dani foram descartadas pelo Ministério Público, que denunciou Melhem à Justiça por acusações relacionadas a três das supostas vítimas. "Foi por isso, para ganhar tempo e apostar na prescrição, que o assediador passou os últimos anos atacando a reputação de suas vítimas", acrescentou a atriz.
Os advogados de Dani afirmam que, à parte do caso da atriz, as denúncias relacionadas a outras três mulheres aceitas pela Justiça demonstram "que a investigação confirmou os fatos corajosamente denunciados pelas vítimas" e que, para o Ministério Público, Melhem "cometeu reiteradamente assédio sexual".
Em nota assinada por seus advogados, Melhem, ex-chefe do núcleo de humor da TV Globo, repudiou a decisão da Justiça. Ele afirmou que a denúncia do MP é "confusa e inteiramente alheia aos fatos e às provas". Disse ainda que ela ignora "totalmente os elementos de informação do inquérito policial".
O caso de Melhem veio à tona a partir de uma reportagem da Folha publicada em outubro de 2020 na coluna Mônica Bergamo, quando a advogada Mayra Cotta, que representa o grupo de mulheres, acusou o ator de assediar moral e sexualmente atrizes da Globo.
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