"Estou completamente apaixonado pela forma de que joga", afirmou o técnico do Manchester City, atual campeão europeu. "Eu diria que ela é como o Iniesta do futebol feminino", observou, destacando a capacidade da atleta de ditar o ritmo da partida com bom controle de bola e ótimos passes.
Foi exatamente o que ela fez ao longo do Mundial, na Austrália e na Nova Zelândia, inclusive no confronto decisivo. Seus três gols e duas assistências, embora sejam números satisfatórios, não resumem o impacto que ela teve na campanha vitoriosa da formação espanhola, dona do melhor ataque da competição.
O grupo técnico da Fifa (Federação Internacional de Futebol) teve essa visão e lhe deu a bola de ouro do campeonato, entregue à melhor jogadora. Ela venceu a concorrência da compatriota Jenni Hermoso, que ficou com a bola de prata, e da sueca Amanda Ilestedt, bola de bronze. A inglesa Mary Earps foi escolhida a melhor goleira e ficou com a luva de ouro.
Bonmatí se credenciou como favorita ao prêmio de melhor jogadora da temporada, que ainda será definido pela Fifa. Ela também conquistou a Liga dos Campeões feminina, com papel decisivo no triunfo do Barcelona, marcando cinco gols em 11 jogos e distribuindo oito assistências, uma delas na decisão contra o Wolfsburg.
Ocorreu no clube o que viria a ser visto também na seleção espanhola. Na ausência de Alexia Putellas -que foi escolhida melhor do mundo nos últimos dois anos, mas sofreu lesão grave no joelho e jogou a Copa sem as melhores condições-, Aitana assumiu uma responsabilidade maior com a bola.
A meio-campista teve boa ajuda, é verdade. E mostrou entrosamento com as companheiras, oito das quais são suas colegas também no Barcelona. Uma delas é a atacante Salma Paralluelo, 19, que saiu do banco de reservas para anotar gols decisivos nas quartas de final, contra a Holanda, e nas semifinais, contra a Suécia.
Paraluello foi eleita a melhor jogadora jovem do Mundial. Houve prêmios ainda para a japonesa Hinada Miyazawa, artilheira do torneio, e para a própria seleção do Japão, cuja disciplina lhe rendeu o troféu "fair play". Mas a taça que mais valia foi erguida pela Espanha, e a de craque da disputa ficou com Aitana Bonmatí.
"Merecidíssimo", observou Andrés Iniesta, o Iniesta do futebol masculino
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