A discussão que teria chegado às vias de fato aconteceu antes da saída de Gabeh, em julho. Durante as filmagens, uma das protagonistas do humorístico discutiu com um assistente de direção do programa, realizado pela produtora Fábrica. A artista em questão teria dado dois tapas no rosto do profissional. O caso é de conhecimento dos roteiristas e de todo o elenco e foi levado à direção do Multishow e da Globo.
A emissora vai centralizar as investigações das demandas do roteiristas com essa nova denúncia para tentar resolver os problemas nos bastidores do "Vai que Cola" de uma vez só. Procurada pela reportagem, a Globo confirmou que investiga o caso e que apura todos os casos de assédio denunciados na empresa.
"Todo relato de assédio na Globo é apurado criteriosamente assim que tomamos conhecimento. A Globo reafirma que não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e, nesse sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo, que deve ser seguido por todos os seus colaboradores. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas", diz a nota enviada pela empresa à reportagem nesta quinta (24).
A Globo afirma que, na quarta-feira (23), começou a ouvir as lideranças do programa para achar uma solução para o problema. "Desde que tomaram conhecimento da situação, a produtora Fábrica, responsável pela produção, e as equipes da Globo responsáveis pelo conteúdo deram início a um processo de escuta com as lideranças criativas do programa", completa o documento.
O 'Vai que Cola' vive uma crise nos bastidores que explodiu no último dia 9, com a demissão de André Gabeh, após pedido de alguns atores que estavam insatisfeitos com as piadas da atração. A pressão por mudanças pesou tanto que os roteiristas fizeram uma carta aberta para reclamar dos problemas e pediram providências. Eles relataram abusos psicológicos.
"Atualmente a atmosfera de trabalho é de apreensão e medo, pois os roteiros recebem diversas críticas infundadas e abstratas. Críticas estas que dizem respeito, na maior parte dos casos, aos gostos pessoais e não à técnica e podem ter consequências desastrosas, como a recente demissão do roteirista André Gabeh", afirma a carta.