Mesmo com a instabilidade climática que fechou o aeroporto porto-alegrense na quarta-feira, a concessionária informou que não houve nenhum cancelamento de algum embarque que pudesse impedir a ida do ex-atleta para o Congresso Nacional.
Naquele mesmo dia houve passagens para Brasília às 5h10, 5h35, 17h54 e 18h45. Na quinta-feira, Ronaldinho ainda poderia partir de lá às 5h21 ou às 5h28 - mas não fez isso.
Como consequência da segunda falta seguida dele, o presidente da CPI das Pirâmides Financeiras, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), pediu a condução coercitiva de Ronaldinho na sessão da quinta-feira. "Tivemos voos que pousaram em Brasília ontem à noite e na manhã desta quarta-feira. Ainda que não tivesse o voo, por que não se antecipou?", disse o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP).
A condução é medida prevista na legislação penal e permite que autoridades conduzam a pessoa, sob escolta policial, para obrigar seu comparecimento na audiência marcada.
O ex-atleta recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para não participar de depoimento. O ministro Edson Fachin negou, mas garantiu que ele pudesse ficar em silêncio. Ronaldinho alega que foi vítima porque sua imagem foi usada sem sua autorização.
O empresário Marcelo Lara, ao lado de Ronaldinho, teria criado o site "18k Ronaldinho", que, segundo o requerimento do relator é "alvo de investigações por suspeita de fraudes e pirâmide financeira com investimentos em criptomoedas". Lara sequer foi localizado para ser notificado pelo colegiado e, segundo Aureo Ribeiro, pode estar fora do País.
Na sessão da quinta-feira, apenas o irmão e empresário de Ronaldinho, Roberto de Assis Moreira, deu depoimento e negou ter qualquer envolvimento com a 18k Ronaldinho.