Preso tenente suspeito de dirigir carro em que estavam atiradores que mataram delator do PCC

ROGÉRIO PAGNAN E PAULO EDUARDO DIASSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Força-Tarefa do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu na manhã deste sábado (18) um tenente suspeito de envolvimento na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, delator do PCC.

Preso tenente suspeito de dirigir carro em que estavam atiradores que mataram delator do PCC

ROGÉRIO PAGNAN E PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Força-Tarefa do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu na manhã deste sábado (18) um tenente suspeito de envolvimento na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, delator do PCC.

Segundo a investigação, o tenente Fernando Genauro da Silva -que trabalha na 1ª Companhia do 23° Batalhão da Polícia Militar, na capital paulista- dirigia o carro em que estavam os atiradores que mataram Gritzbach na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 8 de dezembro do ano passado.
Na última quinta-feira (16), a

Corregedoria da Polícia Militar prendeu o cabo Dênis Antonio Martins, 40, apontado pela investigação como um dos autores dos disparos que mataram o delator. Na ocasião, outros 14 policiais -2 tenentes e 12 cabos e soldados- também foram presos por fazer a escolta irregular de Gritzbach e envolvimento com o PCC.

O tenente preso neste sábado, segundo apuração da força-tarefa, já trabalhou com o cabo Dênis na Força Tática do 42º Batalhão da PM, e, Osasco, na Grande São Paulo, onde atuavam na mesma viatura.

A Folha apurou que a investigação descobriu que o celular de Silva recebeu ligações exatamente no momento em que o carro sai para levar os atiradores até o delator e depois uma nova ligação quando o carro é abandonado.
A prisão de Silva é temporária, por 30 dias. Ele foi localizado e preso no bairro Jardim Umuarama, em Osasco, e levado ao DHPP e deve seguir para Presídio Militar Romão Gomes.

A defesa sustenta que o tenente é inocente. "Ele não cometeu esse crime, ele não estava no dia dos fatos", disse o advogado Mauro Ribas.

"Ele não fazia segurança para Gritzbach. Nunca fez. E não tinha relação profissional com os demais policiais", acrescentou Ribas. A defesa é composta também pelo advogado Renato Soares.

Além da prisão do tenente, a operação deste sábado cumpriu sete mandados de busca e apreensão.

A investigação agora busca identificar o terceiro ocupante do veículo, que seria o outro executor de Gritzbach. Além disso, também apuram se o tenente tem relação com os policiais militares que integravam a escolta irregular do delator do PCC.

Gritzbach foi assassinado a tiros em 8 de novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele era jurado de morte pelo PCC.

Ligado à facção criminosa, ele teria se envolvido numa série de problemas com o grupo. Era suspeito de ter mandado matar dois integrantes da facção. Também fechou um acordo de delação premiada com a Justiça.

O delator voltava de uma viagem a Alagoas. Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram contra o empresário.

Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.

Dias após o crime, membros da investigação diziam que as suspeitas do assassinato apontavam para os militares envolvidos na escolta do delator.

A delação teria sido o motivo da morte, segundo Ivalda Aleixo, diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Segundo ela, Gritzbach expôs "todo um esquema de corrupção", aponta "policiais vendidos" e "dá nome aos donos do PCC, que fazem a lavagem de dinheiro".

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