Suspeito de ser o mandante do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Rubens Villar Pereira foi posto em liberdade provisória após pagar fiança de R$ 15 mil. A soltura ocorreu ontem (21) pela manhã, mas só foi divulgada hoje (22) no fim da tarde.
Segundo a SuperintendĂȘncia da PolĂcia Federal no Amazonas, Pereira, também conhecido como Colômbia, foi para prisão domiciliar em Manaus e estĂĄ sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Por causa das dificuldades de acesso à internet no interior do estado, ele foi solto sob a condição de permanecer na capital amazonense.
Com o passaporte retido pela PolĂcia Federal, Colômbia não pode deixar o paĂs. No Ășltimo dia 6, a Justiça Federal no Amazonas havia concedido liberdade provisória ao suspeito. O Ministério PĂșblico Federal recorreu da decisão, mas, na Ășltima terça-feira (18), o juiz federal Fabiano Verli manteve a soltura, argumentando que o suposto mandante tem o direito de responder aos processos em liberdade.
Colômbia foi preso no inĂcio de julho, acusado de apresentar identidade falsa ao prestar depoimento na delegacia de Tabatinga (AM) sobre o homicĂdio de Bruno e de Dom Phillips. Na ocasião, o suspeito apresentou uma identidade colombiana com outro sobrenome, além do documento brasileiro. A PolĂcia Federal investiga a suspeita de que ele teria um terceiro documento, peruano.
Apontado como mandante do crime, Colômbia negou, no depoimento, qualquer envolvimento na morte do indigenista e do jornalista, que fazia reportagens para o jornal The Guardian. A PolĂcia Federal, no entanto, manteve a linha de investigação.
Bruno e Phillips foram mortos no inĂcio de junho, quando viajavam, de barco, pela região do Vale do Javari. Localizada próxima à fronteira brasileira com o Peru e a Colômbia, a região abriga a Terra IndĂgena Vale do Javari, a segunda maior do paĂs, com mais de 8,5 milhões de hectares. A ĂĄrea também abriga o maior nĂșmero de indĂgenas isolados ou de contato recente no mundo.
Ao menos oito pessoas estão sendo investigadas por possĂvel participação no duplo assassinato e na ocultação dos cadĂĄveres. TrĂȘs dos suspeitos estão presos: Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos.
Fonte: AgĂȘncia Brasil