Ela começou esse trabalho em 2017, quando escreveu a biografia da climatologista americana Kim Cobb, que nunca havia sido mencionada no site. Jess ficou surpresa ao ver que, mesmo com muitos elogios da comunidade científica, Cobb não tinha uma página própria que contasse sua trajetória.
Além da cientista climática, outras mulheres reconhecidas academicamente não haviam sido registradas na Wikipédia, site que recebe mais de 2 bilhões de visitas por mês. Entre elas estavam a biografia de Susan Goldberg, primeira mulher editora da revista "National Geographic"; e Emma McCoy, primeira mulher professora de matemática do Imperial College -ambas já têm seus perfis escritos, graças a Jess.
Atualmente, apenas 19% das biografias da Wikipédia em inglês são de mulheres, de acordo com o WikiProject Women in Red. Os verbetes do site são escritos de forma colaborativa por voluntários em todo o mundo.
Um ano depois que começou o trabalho, Jess já havia virado notícia na imprensa por ter criado mais de 270 artigos sobre mulheres cientistas.
Para escrever os artigos, Jess consulta documentos arquivados, artigos científicos, periódicos e mídias sociais em busca de pessoas notáveis que ainda não tenham uma página da Wikipédia. Ela diz que a produção é "uma jornada divertida" e que cada perfil leva algumas horas para ser produzido.
Jess fala sobre esse trabalho em conferências, em escolas e faculdades, e publicou artigos sobre desigualdade na academia, incluindo um recente sobre físicos e engenheiros negros, que ela escreveu em coautoria com um grupo de cientistas. Ela também fez parceria com a 500 Women Scientists, organização que promove a inclusão e a acessibilidade na ciência.
"Sou um peixinho em um mar enorme", diz ela sobre o trabalho para aumentar a visibilidade feminina na Wikipédia. "Mas continuarei fazendo tudo o que puder para tornar a ciência um lugar mais acessível e inclusivo para se estar."