Valor da terra triplicou
A mudança na produção bovina – 90% no sistema de cria -, já começou com a implantação da malha viária na planície pantaneira. Muitas fazendas estão introduzindo a engorda, o que era inviável sem o acesso, vencido pelas longas jornadas das comitivas. “A facilidade do escoamento da produção vai gerar a melhoria genética do rebanho e o Pantanal se tornará em breve um novo celeiro de engorda”, aposta o produtor Luciano Aguilar Leite, de Corumbá.
Na região da Nhecolândia, onde se concentra grande parte dos investimentos rodoviários do Estado, a Fazenda Santa Alayde, de oito mil hectares, produz gado de corte em grande escala. Localizada em Corumbá, mas distante 100 km de Rio Verde de Mato Grosso, a propriedade abate seis mil bois por ano. Sem estrada, porém, o caminhão boiadeiro levava um dia para chegar à Serra da Alegria, próxima à BR-163. Hoje, são apenas quatro horas de viagem.
“O acesso proporcionou ao pantaneiro benefícios incalculáveis”, afirma o pecuarista Olímpio Stehler Neto, 34, gerente da fazenda. “Eu achava que nem meus netos iriam ver essa maravilha (estradas). Estamos aqui há 20 anos e sempre ouvimos promessas, mas agora o governador Reinaldo Azambuja está cumprindo o que prometeu e revoluciona o Pantanal com essas benfeitorias, além de trazer a energia elétrica e dar incentivo fiscal”, completa.
Para o presidente do Sindicato Rural de Corumbá – maior município do bioma, com 70% de sua porção no Estado -, Gílson de Barros, o pantaneiro ainda não tem noção do que representa os investimentos do governo na infraestrutura da região. “Vai reduzir drasticamente o frete absurdo, um dos mais caros do Brasil, e triplicou o valor da terra”, cita. “Temos uma gratidão eterna ao governador, ele fez o que os outros não fizeram em 45 anos do Estado.”
Nhecolândia-Paiaguás
As estradas pantaneiras eram precárias, sem infraestrutura, e o acúmulo de areia e trechos alagados dificultavam o acesso. O ousado programa de integração viária do Pantanal começou há cinco anos, com a implantação em revestimento primário das MS-423 (Serra da Alegria-Conceição) e MS-228 (BR-419-Conceição), numa extensão de 98,8 km, entre Rio Negro, Aquidauana, Rio Verde e Corumbá, em direção à planície da Nhecolândia.
Em 2018, é implantado o acesso ao Corichão (19 km, a partir da MS-228), e em 2020, foram abertos 40 km da MS-228 (Curva do Leque-Fazenda Alegria). Em outro extremo (Corumbá-Porto Murtinho), o prolongamento da MS-243 (29 km) e da MS-195 (25 km, em direção ao Naitaca) garantiu acesso ao centro criatório do Nabileque. Na mesma região, está em obras a ligação (11 km) de Porto Esperança com a BR-262, e em licitação o acesso (60 km) ao Forte Coimbra, pela BR-454.
O maior volume de obras concentra-se entre a Nhecolândia e o Paiaguás, em várias frentes. Na MS-228, foram concluídos mais 50 km da estrada (fazenda Pica-Pau) e outro trecho (Campo Alto-Campinas), de 50 km, está com 20% do aterro finalizado. A ligação da MS-228 se dará entre as fazendas Campinas e Alegria, cujo aterro de 50 km foi concluído. Em licitação 45 km ao Porto Rolon, pela MS-228, e, mais ao Norte, foram implantados 22 km da MS-214 e 59 km estão com 70% rematados.
A meta do governo é interligar os pantanais ao Porto Jofre, em Poconé (MT), na divisa com Mato Grosso do Sul, pela MS-214, que sai de Coxim. São cinco trechos e um segundo, de 35 km, está em processo de licitação. A ligação da MS-228 com a MS-214 (a sonhada integração Nhecolândia-Paiaguás) é uma realidade: foram concluídos 54,3 km da Estrada do Taquari, chegando à ponte sobre o rio do mesmo nome, e 45 km estão em obras, com aterro finalizado.
Fonte: Ascom Gov MS