O novo ciclone deve provocar chuva com fortes rajadas de vento especialmente na região metropolitana de Porto Alegre, no litoral e nas regiões norte e sul do estado.
Conforme a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o fenômeno se formará em alto mar próximo à costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul na noite de terça (26) e na madrugada de quarta (27).
A intensificação das chuvas acontecem devido ao avanço de um sistema de baixa pressão para o oceano, combinando o fluxo de umidade do oceano ao da Amazônia e formando uma frente fria.
Com a previsão de chuva que deve se estender ao menos até quarta (27), a prefeitura de Porto Alegre decidiu fechar as comportas da cidade como prevenção para o avanço do lago Guaíba. Elas serão fechadas a partir da tarde desta segunda (25).
Na zona sul da capital, a água já ultrapassou os bancos que ficam às margens do lago e chegou até às avenidas no entorno. Na região das ilhas de Porto Alegre e no município de Eldorado do Sul, também banhados pelo Guaíba, mais de 400 pessoas estão fora de casa em razão da cheia.
As comportas de Porto Alegre fazem parte de um sistema de proteção contra cheias construído nas décadas seguintes à enchente histórica de 1941, que inundou grande parte da capital gaúcha incluindo prédios como a prefeitura e o Mercado Público.
São 14 comportas de metal (seis ficam permanentemente fechadas), casas de bombas, diques e o chamado Muro da Mauá, que tem 3 metros de altura e 2,6 quilômetros de extensão na antiga área portuária da capital gaúcha, concluído em 1974.
A última vez em que as comportas foram fechadas foi em 2015, quando o Guaíba chegou a 2,89 metros, a 11 centímetros da cota de inundação, de 3 metros. Ele atingiria 2,94 metros. Nesta segunda (25), o Guaíba chegou a 2,75 metros na altura do Cais Mauá, antigo porto da cidade.
Conforme balanço do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Porto Alegre teve um inverno 49,7% mais chuvoso do que o esperado para o período. Foram 652,2 milímetros de chuva, quando a média dos últimos 30 anos é de 435,5 milímetros. Foi o terceiro inverno mais chuvoso na capital gaúcha desde 1961.
Também foi o terceiro mais quente, com temperatura média de 16,9°C, acima da média de 15,3°C dos últimos 30 anos.
No final de semana, as regiões mais castigadas pela chuva no estado foram a fronteira oeste e a campanha. Em Bagé, a Defesa Civil atendeu a mais de 10 mil pedidos de ajuda em razão da queda de granizo na cidade, sobretudo na madrugada de sábado (23). Nesta segunda, autoridades trabalharam distribuindo telhas na cidade. A rede municipal de ensino cancelou as aulas.
Na região do Vale do Taquari, onde a enchente matou 49 pessoas há 15 dias, também chove com insistência. Na tarde de domingo (24), as equipes de resgate encontraram mais um corpo, que passa por perícia até que possa ser contabilizado oficialmente entre as vítimas da tragédia. Nove pessoas estão desaparecidas.