Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, chegou às 8h04 da manhã desta quinta-feira (28) escoltado ao plenário do júri em Nova Andradina, a 297 quilômetros de Campo Grande, para o julgamento sobre o assassinato de Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos, morta com 30 facadas no rosto, em 2022.
Matheus estava em Dourados e a viagem durou 40 minutos até Nova Andradina. Ele chegou escoltado pelo Cope (Comando de Operações Especiais). Senhas foram distribuídas e o plenário poderá ser ocupado por 55 pessoas, sendo que 11 cadeiras estão reservadas para a família.
Dois ex-delegados fazem a defesa de Matheus, sendo o ex-delegado Cláudio Martins, que atuou na segurança pública de Mato Grosso do Sul, e o ex-delegado de São Paulo, Aparecido Tinte Rodrigues de Farias, que disse ao Jornal Midiamax que irão provar a inocência de Matheus. "Temos provas e vamos provar isso ao corpo de jurados, eu gravo todo o júri que eu faço", disse Tinte.
No decorrer das investigações, a polícia ouviu dezenas de testemunhas e o próprio acusado, Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, que "parecia estar contando uma história" todas as vezes e não chorou e nem demonstrou nenhuma emoção nas vezes em que era questionado, de acordo com a delegada. Ele será julgado nesta quinta-feira (28).
"Tem muitas falas que chamavam atenção e tinham a ver com questões religiosas. Coisas de pecados, ele usava muito isso. E foi uma investigação muito sigilosa, em que foram utilizadas as técnicas de investigação da inteligência. A gente acaba não podendo falar porque fica sob sigilo", afirmou a delegada Daniella Nunes, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Nova Andradina.
Questionada sobre a participação do Matheus no crime, já que ele nega veementemente os fatos, Daniela Nunes ressalta que não há "dúvida nenhuma quanto à participação dele", principalmente porque "todos os indícios e elementos produzidos, sejam testemunhais no intuito de mostrar o comportamento, o perfil psicológico, de quem ele era, ou seja, na questão de elementos de inteligência, são perante a Polícia Civil, incontestáveis".
Matheus tinha 18 anos quando foi acusado de matar a mãe a golpes de faca, desferidos no rosto e no pescoço. O crime aconteceu no dia 23 de janeiro de 2022, no entanto, o filho nunca admitiu a autoria. Mateus, que alega inocência, apontou um parente do ex-marido da mãe como autor do assassinato, sem dar mais detalhes, ou informar o que teria motivado o crime.
A polícia garante que o comportamento do rapaz, durante os depoimentos, foi um dois primeiros sinais de que ele tivesse matado a mãe. As investigações confirmaram a suspeita e apontaram o jovem como autor do crime.
Matheus foi preso no dia 3 de fevereiro deste ano e 30 dias após a prisão temporária, foi transferido para a Penitenciária Estadual de Dourados, no Sul do Estado, onde permanece.