No último, dia 12 de outubro, comemorou-se o Dia das Crianças. Para quem trabalha com a segurança viária, é uma data importante para reforçar os cuidados com as crianças no trânsito. Isso porque, dentre as causas evitáveis, os acidentes de transporte representam grande parte das mortes de crianças no trânsito brasileiro.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, 966 crianças de 0 a 14 anos morreram em decorrência de acidentes de transporte. Dessas, 277 como ocupante de automóveis, 229 como pedestres e 121 como passageiras de motocicleta. Um dado bem preocupante é que das que morreram como passageiras de motocicletas, mais de 48% tinham menos de 10 anos e não deveriam estar nesse tipo de veículo.
Como citado anteriormente, essas mortes estão classificadas como evitáveis, pois há uma maneira mais segura de transportar as crianças seja em veículos de duas ou quatro rodas. Conforme Celso Alves Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, enquanto houver uma vida ameaçada no trânsito, haverá a preocupação e a necessidade de aprimoramento.
"Devemos perceber os riscos a que as crianças estão expostas. Muitas vezes, por nossa própria negligência ou por nossa pouca percepção dos riscos", argumenta.
Para ele, é nessa hora que a lei ajuda, estabelecendo padrões mínimos necessários à segurança.
"Estar na lei, no entanto, não basta. E é nessa hora que os educadores ajudam ao viabilizar esta aprendizagem, mostrando o quanto isso é realmente importante. Além disso, de quanto pode ser eficaz e efetivo respeitar as regras. Quando colocamos as crianças nos dispositivos de segurança adequados conforme sua idade, altura e peso, nós estamos lindamente – poeticamente- valorizando a vida", cita Mariano.
Afinal, qual a forma mais segura de transportar as crianças?
Em automóveis, crianças devem estar no banco de trás, até, no mínimo, completar 10 anos. No entanto, não é só a idade que deve-se levar em consideração. A melhor forma de transportar crianças com segurança é utilizando o dispositivo de retenção mais adequado à idade, peso e altura. De acordo com o especialista, esses dispositivos são importantes, pois antes da criança atingir 1,45 m de altura, o cinto de segurança do veículo não é suficiente para garantir a segurança.
Nos carros, o correto é:
- bebês devem usar o bebê-conforto até um ano de idade ou até atingir o peso e altura máxima determinados pelo fabricanteltura máxima determinados pelo fabricante;
- depois, a criança deve ser transportada na cadeirinha até os quatro anos de idade, também devendo permanecer neste equipamento até atingir a altura e peso máximos recomendados pelo fabricante.
- em seguida, devem usar o assento de elevação até atingirem 1,45m de altura.
Conforme estudos internacionais, o uso da cadeirinha reduz em até 71% o risco de morte infantil em caso de acidente de trânsito como ocupantes de veículos. "Por isso, o acessório é indispensável para transportar a criança com segurança, desde a saída da maternidade", alerta Mariano.
Já nas motocicletas, é proibido o transporte de menores de 10 anos. O especialista garante que esse foi um avanço recente na legislação, que antes permitia o transporte de maiores de 7 anos em motocicletas.
"É preciso ficar atento, pois mesmo crianças acima de 10 anos ainda não têm equilíbrio nem discernimento suficiente para serem transportadas em motocicletas. Além disso, seus corpos são muito frágeis e com menor capacidade de absorção de impactos ocasionados por sinistros", conclui.