O pedido de afastamento protocolado por um morador contra a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), não deve prosperar na Câmara do Município. Em pouco tempo, muita coisa mudou na Câmara, o que refletirá no futuro do pedido. A reportagem apurou que até vereadores da oposição, que inclusive participam da CPI, teriam se reunido com padrinhos políticos da prefeita.
A mudança principal de posicionamento está no comando da Câmara, hoje nas mãos do vereador Otacir Pereira Figueiredo, conhecido como Gringo. O vereador, que era líder da prefeita, estava na oposição a Vanda quando criou uma CPI na Câmara, e hoje voltou a fazer parte da base de sustentação. Com ele, a prefeita chega a nove dos 16 vereadores na base, em um número suficiente para derrubar afastamentos na Câmara.
É justamente nas mãos de Gringo que está o pedido de afastamento da prefeita, apresentado na semana passada. A reportagem já questionou algumas vezes o presidente da Câmara sobre a tramitação, mas sem nenhum retorno.
Segundo a assessoria jurídica da Câmara, cabe a Gringo o encaminhamento do pedido para o jurídico dar parecer se preenche ou não os requisitos. Com o parecer, o pedido é lido na sessão e colocado em votação para abertura ou não de comissão processante.
Gringo voltou a se aproximar da prefeita após a abertura de uma CPI na Câmara. Ele foi acusado, inclusive, de ter aberto a CPI de maneira irregular, mas pouco tempo depois confirmou que voltou a se aproximar da prefeita. "A queda do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), infelizmente, atingiu todos os municípios do Estado. Encontrar caminhos para tentar ajudar, se faz necessário. Mesmo eu tentando ajudar o governo, não vou deixar de ajudar os vereadores que pensam diferente", afirmou.
Gringo era líder da prefeita, mas deixou a base após se sentir traído com a escolha do opositor, Cledinaldo Cotócio, para presidência da Câmara. De última hora, passou para o grupo da oposição e conseguiu ser eleito presidente.
Pedido de afastamento
Um morador protocolou um pedido de afastamento da prefeita Vanda Camilo (PP) na Câmara do Município de Sidrolândia. Alexandre Claudino Heck justifica que o pedido expressa a profunda preocupação com os acontecimentos envolvendo a administração pública da cidade.
Heck argumenta que a comissão parlamentar de inquérito instalada na Câmara tem dificuldade para conseguir documentos solicitados na prefeitura. "É lamentável observar que diversos vereadores desta Casa têm apresentado requerimentos de informações legítimos que não têm sido respondidos pela Prefeita Municipal, o que gera uma lacuna de transparência e prestação de contas que é fundamental para o funcionamento saudável de nossa democracia local", reforçou.
O denunciante também pontua possível acobertamento de atos irregulares. "Existem indícios preocupantes de que a prefeita Vanda Camilo possa estar acobertando atos de improbidade administrativa cometidos por servidores públicos, o que mina a confiança da população na integridade da administração municipal. Nos termos do art. 1º, inciso VIII da Lei Complementar n. 001/93, constitui infração politico-administrativa o ato do chefe do Executivo Municipal que visa acobertar atos de improbidade administrativa praticados por funcionários municipais ocupantes de cargos em Comissão ou não", declara.
O morador ainda alega que a prefeita tenta obstruir a investigação por meio de mandado de segurança, o que na avaliação do morador, "caracteriza uma clara usurpação de poderes e um desrespeito às prerrogativas do Legislativo Municipal.