O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidos) voltou a se reunir nesta quarta-feira, 25, para discutir uma resolução sobre o conflito do Oriente Médio que acontece desde o dia 7 de outubro. A resolução dos Estados Unidos foi rejeitada, após obter voto contra da Rússia e China, dois membros permanentes. Foram 10 votos a favor, 3 contra (Rússia, China e Albânia) e duas abstenções, sendo uma do Brasil. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso ter os votos de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, incluindo os membros permanentes – Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos. Os países do conselho rotativo são: Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Duas resoluções já foram rejeitadas, a da Rússia e a do Brasil, que obteve 12 votos a favor, 2 abstenções e 1 contra, que foi o dos Estados Unidos.
Para além da dificuldade em achar uma solução para o conflito, um novo atrito surgiu: o estremecimento das relações entre Israel e a ONU. Isso aconteceu após o secretário-geral da ONU, António Guterres, falar que os ataques do Hamas "não vêm do nada: o povo palestino sofre uma ocupação sufocante há 56 anos; as suas terras são gradualmente devoradas por assentamentos". Diante dessa fala, o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, pediu a renúncia de Guterrez. "O discurso chocante do @UN Secretário-Geral na reunião do Conselho de Segurança, enquanto foguetes são disparados contra toda Israel, provou conclusivamente, sem qualquer dúvida, que o Secretário-Geral está completamente desligado da realidade na nossa região e que vê o massacre cometido pelo Hamas nazi-terrorista de uma forma distorcida e imoral", escreveu Erdan no X (antigo Twitter).
Atualmente o Conselho de Segurança, órgão máximo da ONU, vive um impasse e há desavenças entre os países para buscar uma solução para a região, além de colocar em cheque o poder da entidade para conseguir chegar a um consenso para o conflito entre Israel e Hamas. O último encontro do órgão serviu para colocar em evidência, uma vez mais, a grande divisão existente na comunidade internacional em relação ao conflito palestino: grande parte do mundo ocidental apoia a ofensiva de Israel, enquanto o mundo muçulmano, juntamente com Rússia e China, defendem um cessar-fogo e pedem que as queixas dos palestinos sejam levadas em consideração.
No encontro de terça-feira, 24, os Estados Unidos deram início a terceira tentativa com uma resolução que já dava indícios de ser pouco provável de ser aprovada, pois não menciona a necessidade de um cessar-fogo e sublinha "o direito inerente de todos os Estados à autodefesa individual e coletiva". No texto dos norte-americanos, responsáveis por vetar a resolução brasileira, dizendo que a proposta tinha falhas graves porque não refletia "o direito de Israel se defender", eles voltam visar o Hamas e os seus "horrendos ataques terroristas", pede a suspensão de qualquer envio de armas para o grupo islâmico palestino e menciona também "a cessação imediata dos ataques do Hezbollah e de outros grupos armados" contra Israel. Desde que o texto foi apresentado aos eurodeputados, no sábado, a linguagem foi atenuada e incluiu um pedido para que as organizações humanitárias tenham "acesso total, rápido, seguro e desimpedido para fornecer bens e serviços essenciais ao bem-estar dos civis em Gaza".
A última vez que os EUA introduziram uma resolução sobre o conflito palestino no Conselho de Segurança foi em 2018, quando apenas o seu embaixador votou a favor. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso ter os votos de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, incluindo os membros permanentes – Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos. Os países do conselho rotativo são: Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Na quinta-feira, 26, a Assembleia Geral da ONU vai se reunir em uma sessão de emergência para discutir a guerra provocada pelo ataque do Hamas em solo israelense no último dia 7. A reunião será celebrada a pedido de vários países, em particular da Jordânia em nome do grupo árabe, além de Rússia, Síria, Bangladesh, Vietnã e Camboja, porque o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a um acordo sobre uma resolução relativa a este conflito.