O prefeito de Amambai, Dr. Bandeira, vai pedir acesso à investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) para decidir o futuro dos secretários investigados na operação Laços Ocultos, deflagrada na última semana.
"Hoje, a Procuradoria do município vai solicitar ao judiciário o acesso aos autos. Depois de tomarmos ciência dos fatos, vamos decidir a conduta a ser tomada", justificou o prefeito. Indagado se fez alguma reunião com os envolvidos para questionar os motivos da operação, o prefeito disse que não foi possível.
"Não fiz reunião com os envolvidos, até porque o que sabemos é o que foi divulgado pela imprensa", respondeu.
Em Amambai, um dos centros da operação, estão no foco da investigação dois vereadores e responsáveis por contratos na prefeitura. Duas pessoas foram detidas no Município. O vereador Valter de Brito, líder do prefeito, e Jucélia Barros Rodrigues, gerente de convênios.
Os policiais também fizeram busca e apreensão com o vereador Geversom Vicentim; secretário de Serviços Urbanos, Runes de Oliveira; secretário de Infraestrutura, Carlos Silvério Schier; secretário de Comunicação, José Aparecido Aguiar; engenheiro Maurício Sartoretto Martinez e secretária de gabinete Vânia Cristina de Brito.
No total, foram 6 (seis) mandados de prisão preventiva e 44 (quarenta e quatro) mandados de busca e apreensão, nos Municípios de Amambai/MS, Campo Grande/MS, Bela Vista/MS, Naviraí/MS e Itajaí/SC. Segundo levantamentos, a organização criminosa atua há anos fraudando licitações públicas que possuem como objeto a contratação de obras e serviços de engenharia no Município de Amambai e outros, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos. Nos últimos seis anos, os valores dos contratos obtidos pelo grupo criminoso ultrapassam 78 milhões de reais.
"Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico, detectaram superfaturamento e inexecução parcial, assim como análise realizada por órgão técnico do Ministério Público identificou pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras", informou o MPE, em nota
A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e da Força Tática, todos da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Laços ocultos, decorre do oculto vínculo apurado entre os investigados.