“Desde ontem nós estamos em um gabinete de crise organizado aqui no estado de São Paulo para acompanhar as manifestações que começaram a ocorrer em todo o estado”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou na noite de ontem (31) que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias militares “tomem todas as medidas necessárias e suficientes” para a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido”.
A decisão, confirmada por maioria dos ministros da Corte na manhã desta terça-feira, atendeu a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que alegou inclusive risco de desabastecimento em algumas cadeias industriais.
Segundo Garcia, desde ontem a Polícia Militar já desobstruiu mais de 40 pontos em todo o estado. Agora, com a decisão do STF, além das negociações que têm sido feitas com os manifestantes, pode ser usada a força e os participantes dos protestos podem ser presos.
“A partir de agora, com a decisão judicial, aplicando um protocolo da segurança pública, [estamos] informando a esses manifestantes que há multa de R$ 100 mil por hora para aqueles veículos que estão obstruindo, e também que o emprego da força policial, se necessário, será feito”, detalhou.
O governador destacou que não aceitará contestação do resultado das eleições.
“São Paulo respeita a democracia, respeita o Estado democrático de direito, e não vai ser manifestação ou baderna que vai fazer com que a sociedade não reconheça o resultado das urnas”, afirmou.
Ele disse ainda que as forças policiais têm tido sucesso em desobstruir o acesso aos aeroportos da Grande São Paulo. “Nós temos pontos que estão bloqueados e que a Polícia Militar já tem agido nas últimas horas para desbloquear. Quero anunciar aqui o desbloqueio do [acesso ao] Aeroporto de Guarulhos”, disse.
O procurador-geral de Justiça, Mário Sarrubbo, disse que os protestos estão sendo investigados como uma ação criminosa orquestrada. “Na visão do Ministério Público, trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o Estado democrático de direito no Brasil. Trata-se de uma manifestação de desrespeito do resultado das urnas, desrespeito da vontade do povo brasileiro”, ressaltou.