Enfermeiros protestam novamente em busca de valorização salarial, em frente à Santa Casa de Campo Grande, nesta terça-feira (20). A categoria pede reajuste anual, informando que um documento foi encaminhado para o hospital em março deste ano.
Lázaro Santana, presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), informou que além da remuneração, o acordo prevê 44 cláusulas sociais. A categoria se reuniu com o presidente da Santa Casa, Heitor Rodrigues Freire, onde teria sido informado que, por enquanto, não houve reajuste pela falta de contratualização com o município.
Os protestantes se concentram em frente ao hospital e seguem para passeata na Rua Eduardo Santos Pereira, na Rua 13 de Maio, Avenida Afonso Pena e em frente à prefeitura, para tentar diálogo com a Prefeitura Municipal.
Santana reforçou que, caso não consiga um posicionamento, irão se reunir em assembleia para votar para indicativo de greve. "Não dá mais para esperar, os trabalhadores não têm como esperar", disse.
Osmar Gussi, presidente do Sintesaúde/MS (Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS), aponta que há cerca de 1,4 mil servidores da saúde no hospital, além de enfermeiros, o administrativo, psicólogos e limpeza. "A pauta é a mesma: reajuste salarial com data base. Nossa indignação é com o poder público que não trata com respeito. Enfrentamos a pandemia e enfrentamos problemas até hoje".
Rafael Luz de Lima, 31 anos, esteve presente na manifestação pontuando o cansaço físico e mental da categoria nos últimos anos. "A gente passa todos os momentos com os pacientes, não é só uma medicação ou uma fralda que trocamos, nos tornamos família e amigo, nos dedicamos de coração. A gente não escolhe a enfermagem, a enfermagem que escolhe a gente".
Familiares de pacientes reclamam na demora no atendimento durante o dia da movimentação. Sem querer se identificar, a filha de um internado diz que o pai estava com 39 graus de febre durante a manhã, não havia enfermeiras para cuidados, apenas um fisioterapeuta e uma nutricionista.
Segundo Santana, cerca de 30% da equipe de saúde está no manifesto, as equipes estão defasadas de um longo período, não sendo motivada exclusivamente pela ação desta terça-feira. "A enfermagem está sobrecarregada e quando tira 30% de um setor já defasado existe uma morosidade na assistência. Todos estão sendo atendidos, mas não da mesma forma como se estivesse 100% do efetivo", pontua.
A reportagem entrou em contato com o hospital sobre o protesto, que informou que não irá se pronunciar sobre o assunto. A prefeitura também foi procurada e o espaço segue aberto para um retorno.
Fonte: Midiamax