Segundo a Associação dos Produtores de Bioenergia do estado (Biosul), a quantidade de cana moída no estado entre abril e novembro é 3,8% superior a todo o ciclo anterior. Colheita de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul
Biosul/Divulgação
O setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul atingiu em 30 de novembro a marca de 46,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas. O volume é o maior da história do estado e o recorde foi quebrado com as usinas ainda em meio a safra 2023/2024, que termina somente em março do próximo ano.
Segundo a Associação dos Produtores de Bioenergia do estado (Biosul), a quantidade de cana moída no estado entre abril e novembro é 3,8% superior a todo o ciclo anterior, e 16,6% maior frente ao mesmo intervalo de tempo do ano passado.
A entidade aponta que além de maior quantidade, a safra atual ainda tem melhor qualidade que a anterior. A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), indicador da condição do produto produzido, subiu em média 3,32%, atingindo os 142,50 quilos por tonelada de cana.
Para o diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, as condições climáticas ao longo do ano contribuíram para o resultado positivo. "É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras", explica.
Com maior quantidade de matéria-prima disponível houve incremento também na produção de açúcar, etanol e na cogeração de bioeletricidade.
A fabricação do alimento cresceu 55% frente ao mesmo período da temporada passada, ultrapassando as 2 milhões de toneladas.
Já a do biocombustível atingiu 3,2 bilhões de litros, incluindo também a do etanol processado a partir do milho.
Foram 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado – que é vendido diretamente nos postos de combustível, e 1 bilhão de etanol anidro – que é misturado a gasolina.
Com o avanço no processamento da cana, a produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar também apresentou aumento. Conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), compilados pela Biosul, de abril a setembro foram exportados 1,4 milhão de MWh (Megawatt-hora) para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A quantidade é 9,7% maior em relação ao mesmo período de 2022.
Recuperação do setor
A recuperação de produção e produtividade dos canaviais de Mato grosso do Sul vem em um importante momento para o setor, que vive a sua terceira fase de expansão no Estado. Consolidado como o 4º maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, o setor conta com 18 indústrias sucroenergéticas em operação e quatro projetos.
No último ano, o setor contou com o incremento na produção de etanol de milho, até então produzido somente a partir da cana-de-açúcar. Com suas particularidades em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima (milho), a atividade se apresenta cada vez mais relevante para o Estado por se tratar de uma atividade de alto investimento, alinhada nos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável.
De acordo com a Biosul, os avanços na produção sucroenergética e novos investimentos no Estado impulsionam ainda mais a contribuição do setor na geração de novos empregos, desenvolvimento na região onde as usinas estão instaladas e na participação na receita da balança comercial do Estado.
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