"Quero iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória, para aprimorar a legislação brasileira com esse 'jornalismo não oficial' que é muito perigoso", começou Whindersson em um vídeo publicado nas redes sociais.
Ele reforçou que uma fake news pode prejudicar a vida de muitas pessoas e o perigo de perfis com muitos seguidores, que não se preocupam com a apuração dos fatos nem a verdade. "Que essa lei traga uma sanção civil ou criminal para essa pessoa que poste uma conversa, mesmo que pública, sem ir atrás da veracidade dos fatos", disse.
No vídeo, Whindersson afirmou que irá acompanhar as investigações do caso. Emocionado, disse também se solidarizar com a dor da mãe de Jéssica e relembrou o dia em que perdeu o filho. Em maio de 2021, João Miguel morreu após nascer prematuro com apenas 22 semanas.
No início da semana, perfis de fofocas compartilharam prints falsos de uma conversa entre Jéssica e Whindersson. Ambos, porém, negaram a autenticidade das mensagens, alegando serem fake news, e afirmaram que não se conheciam. A estudante, então, publicou uma longa mensagem em sua conta no Instagram, revelando que estava sofrendo ataques. Ela pediu explicitamente a exclusão dos posts contendo os prints falsos. Dias depois, familiares comunicaram a morte da jovem.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, citou o caso da morte da jovem que foi alvo de fake news para defender a responsabilização tanto de quem propaga conteúdos falsos como das empresas responsáveis pelas redes. "A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório", afirmou no sábado (23).
Silvio Almeida também republicou no X um post do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), relator do projeto de lei das fake news que está parado no Congresso, favorável à regulação das redes no país. "Mudar o regime de responsabilidade das plataformas digitais é um imperativo político e até moral que o Congresso deve enfrentar. PL 2630 SIM!", diz a mensagem.
"As responsabilidades [no caso de Jéssica] precisam ser apuradas e os autores, identificados e punidos. Não é um debate de esquerda ou de direita, é da civilização! Há que se solucionar a grande questão: as plataformas não são neutras, os algoritmos premiam o extremo, o grotesco, a destrutivo, o aberrante, o caótico. E isso é pago! Há gente lucrando com a degeneração da sociedade", escreveu o parlamentar.