A inteligência artificial (IA) tem um potencial enorme para benefícios em muitos campos, mas, como qualquer tecnologia poderosa, também pode ser usada para fins maléficos. No contexto do hackerismo ou ciberataques, a IA pode ser empregada de várias maneiras prejudiciais. Aqui estão alguns exemplos para fins de conscientização e proteção preventiva sobre como como a IA pode ser uma perigosa ferramenta para os cibercriminosos:
- Para criar sites falsos personalizados: A IA pode ser usada para criar ataques de phishing altamente personalizados, analisando grandes quantidades de dados para identificar as melhores estratégias para enganar indivíduos específicos. Isso pode incluir a criação de e-mails ou mensagens que pareçam incrivelmente legítimos e personalizados para as vítimas, conforme a interação, linguajar, relacionamentos e a presença da vítima no mundo digital.
- Para analisar pontos fracos: Hackers podem usar inteligência artificial para analisar sistemas e softwares em busca de vulnerabilidades não descobertas, automatizando o processo de encontrar falhas que podem ser exploradas.
- Para desenvolver novos softwares maliciosos: A IA pode ser empregada para criar malwares (softwares maliciosos) mais sofisticados que são capazes de aprender e se adaptar ao ambiente em que estão tornando-os mais difíceis de detectar e remover.
- Para burlar os softwares de antivírus: A inteligência artificial pode ser usada para testar malwares contra as ferramentas de segurança mais modernas, ajudando-os a evitar a detecção por softwares antivírus e sistemas de prevenção de intrusões.
- Para gerar ataques autônomos: A IA permite a execução de ataques cibernéticos autônomos que podem operar e se adaptar sem a intervenção humana, reagindo às defesas das redes de computadores em tempo real.
- Para manipular informações e desinformações: A IA pode ser usada para criar e disseminar desinformação e notícias falsas de forma muito eficiente, o que pode ser usado para influenciar a opinião pública, desestabilizar sociedades ou desacreditar indivíduos ou organizações.
- Para manipular o reconhecimento facial e vigilância: Em um contexto mais amplo, a inteligência artificial usada para reconhecimento facial pode ser empregada para vigilância invasiva ou para identificar e perseguir indivíduos de forma ilegal, isso devido a capacidade de reunir e analisar grandes quantidades de dados (em bancos de imagens ou redes sociais) em tempos mínimos.
- Para atacar as infraestruturas críticas: A IA pode ser usada para orquestrar ataques complexos a infraestruturas críticas, como redes de energia, sistemas de água e transporte, potencialmente causando danos físicos e interrupções em larga escala, uma vez recebendo comandos de outras IAs não autorizadas.
- Para simular identidades: A IA pode criar representações convincentes de pessoas reais (deepfakes), seja em vídeo, áudio ou texto, que podem ser usadas para fraudes, chantagens ou para influenciar a opinião pública.
- Para automatizar ataques em larga escala: A IA pode permitir a execução de ataques em uma escala muito maior do que seria possível manualmente, automatizando processos como varreduras de rede, ataques de força bruta, entre outros.
Para se proteger contra essas ameaças otimizadas pela inteligência artificial, é necessário um esforço coletivo, tanto por parte da sociedade como também pelos governos; na criação de leis específicas que rejam o tema e relacionem com outras regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei de Crimes Cibernéticos, Decreto da Política Nacional de Cibersegurança (PNCiber), entre outros. – é o que aponta o Dr. Paulo Perroti, advogado especialista em direito digital, e Membro de Honra da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (APDADOS).
De modo geral e pelo viés tecnológico, é crucial manter-se informado sobre os avanços na tecnologia de IA e cibersegurança, investir em soluções de segurança robustas, promover a conscientização sobre segurança cibernética em todos os níveis de uma organização por meio da participação de eventos com temáticas relacionadas à Inteligência Artificial, para se manter atualizado e um passo à frete das máquinas.
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