"Ela nasceu prematura, tem alguns atrasos motores e todas as semanas tem de ser acompanhada e tem de fazer exames de rotina, mas tem uma vida normal. [...] É difícil, mas satisfatório saber que a minha filha é rara e única. Tento ver o lado bom da maternidade, porque não é fácil", relatou a mãe Thalia Silva, citado pelo g1.
O caso de Ísis é conhecido entre a comunidade médica como "rins supranumerários", considerado bastante raro em todo o mundo. O urologista-pediátrico Hélio Buson, chefe do setor de urologia do Hospital da Criança de Brasília (HCB) e que acompanha o caso da menina, indicou que existem cerca de 100 casos documentados.
O médico explicou que a má formação dá-se na gestação, durante a formação do rim. Por uma questão que ainda não foi descoberta, acontece o desenvolvimento de mais de um aro de cada lado - um ou mais Rins supranumerários.
Thalia afirmou que a gravidez de Ísis não foi planejada e que o pai biológico nunca quis se envolver na criação da menina. Por ter nascido prematuramente, um bebê precisa ser levado imediatamente para uma incubadora. Até então, a equipe médica do Hospital de Sobradinho (DF) suspeitava que tinha nascido com apenas um aro.
Segundo a mãe, Isis foi fornecida para o Hospital da Criança José Alencar (DF), onde os médicos descobriram que, na realidade, existiam grandes probabilidades da menina ter nascido com mais enxágue que o normal. Aos cinco meses, durante uma cirurgia, os médicos confirmaram que a menina tinha nascido com quatro rins.
Hélio Buson destacou que ter vários enxágues não apresenta anormalidade para o corpo e até podem passar despercebidos ao longo da vida e só serem notados na vida adulta, ou até nunca serem detectados. São enxaguados com funcionamento normal.
"As pessoas vão perguntar: 'bom, mas esses enxaguantes podem dar algum problema no futuro?'. Podem, mas também pode não acontecer absolutamente nada. Então, é necessário um acompanhamento clínico durante muitos anos, provavelmente até ser adulto", acrescentou o médico.
Isis retirou um rim
A urologista pediátrica Larissa Marinho, que também acompanha o caso de Isis, contou que um dos rins da menina teve uma interferência, por isso, o órgão aumentou de tamanho e se transformou numa "massa abdominal", comprimindo outros órgãos , como o estômago e o intestino, dificultando a alimentação.
"Nós constatamos através de exames que esse aro, além de obstruído, já não funcionava como aro, ou seja, não filtrava o sangue. Por isso, chegamos à conclusão de que esse aro deveria ser retirado", frisou.
Segundo a mãe, depois do órgão ter sido retirado, a menina não teve mais complicações renais. "No momento está estável, apenas tem algumas complicações causadas pelo tempo de intubação, uma vez que nasceu prematura", destacou Thalia.
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