Nas conversas, os estudantes escreveram que queriam criar a "Fundação dos Pro Reescravização do Nordeste", enviaram figurinhas elogiando o ditador nazista Adolf Hitler e encaminharam mensagens como "não encontro um petista comemorando, acho que é porque eles não têm celular ainda" e "quero que os nordestinos morram de sede".
Ao ser incluído no grupo, um adolescente de 15 anos perguntou do que se tratava. Um dos participantes respondeu que eles seriam os "neonazistas do Porto". Ao se manifestar contrário ao teor do grupo, foi retirado e recebeu mensagem de um colega dizendo: "espero que você morra fdp negro".
Na quinta (3), a Federação Israelita do estado de São Paulo, entidade representativa da comunidade judaica paulista, divulgou uma nota em que pedia uma "atitude enérgica" do colégio.
"Não podemos tolerar mais manifestações que visam diminuir um povo, uma raça ou qualquer ser humano", disse a entidade, conforme noticiado pela coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
Com a repercussão do caso, a escola enviou nota afirmando que "repudia qualquer ação e/ou comentários racistas contra quaisquer pessoas". Nesta sexta (4), voltou a se manifestar e reiterou que preceitua a todos os seus alunos valores éticos e de respeito ao próximo de forma a fortalecer o reconhecimento e valorização da diversidade.
No novo comunicado, o colégio voltou a lamentar o episódio e manifestou indignação com o "conteúdo de caráter racista, antissemita e misógino de algumas dessas mensagens". "Reforçamos nosso repúdio veemente a toda e qualquer forma de discriminação e preconceito, os quais afetam diretamente nossos valores fundamentais", declarou.
A unidade afirma que decidiu aplicar as sanções disciplinares cabíveis nos termos do Regimento Escolar, "inclusive a penalidade máxima prevista, que implica seu desligamento imediato desta instituição".
Além disso, a instituição de ensino afirma reforçará suas práticas antirracistas, de conscientização e respeito à diversidade, em todos as unidades, "abordando o assunto de forma ainda mais contundente em suas pautas cotidianas, com iniciativas envolvendo a comunidade escolar".
Disse ainda que vai contar com o apoio de "consultoria especializada, para procurar evitar a reincidência de uma situação gravíssima e inadmissível como essa".
Por fim, o colégio disse que conta com "o apoio muito próximo das famílias e dos alunos nessa caminhada, inclusive com o uso consciente das mídias sociais".
Pelas redes sociais, a mãe do aluno vítima de racismo agradeceu pelo apoio que recebeu, mas disse que a luta continua.
"Essa primeira batalha foi vencida. Espero o bem para essas pessoas e que elas consigam se reeducar. É muito importante a gente denunciar todo e qualquer tipo de violência. Não podemos nos calar perante violência e injustiça", diz ela.