Inspeção na PED (PenitenciĂĄria Estadual de Dourados) detectou que 500 dos 2,4 mil detentos estão infectados com escabiose (sarna) e/ou furunculose (furĂșnculo). A situação Ă© denunciada pela DPE-MS (Defensoria PĂșblica de Mato Grosso do Sul).
Órgãos estaduais como a DPE-MS, SES (Secretaria de Estado de SaĂșde) e Agepen (AgĂȘncia Estadual de Administração do Sistema PenitenciĂĄrio) se reuniram para debater sobre a crise sanitĂĄria na maior penitenciĂĄria mĂĄxima de Mato Grosso do Sul.
A inspeção na unidade prisional foi realizada em 23 de janeiro, das 8h30 às 16h. Os internos estão com feridas abertas, furĂșnculos e sarna, dormindo em cobertores no chão em celas sem ventilação. Em boa parte da PED tambĂ©m falta ĂĄgua.
AlĂ©m disso, faltam medicações bĂĄsicas para tratamento como Ivermectina para sarna e antibióticos para a furunculose. Foram relatados poucos banhos de sol, ausĂȘncia de fornecimento de materiais de limpeza e higiene pessoal, celas com pouca circulação de ar e luz natural.
TambĂ©m houve reclamações sobre comida, mas o assunto deve ser apurado em outra oportunidade.
De acordo com a DPE-MS, serão elaborados relatórios contendo imagens, informações da inspeção e relatos dos detentos ouvidos nos presĂdios. O documento serĂĄ entregue para a Agepen e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança PĂșblica).
Reuniões foram feitas com a SES e com a Agepen em 25 de janeiro para debater o assunto. No encontro com a pasta de saĂșde ficou acordado que um plano serĂĄ elaborado para o enfrentamento efetivo da crise sanitĂĄria.
Os defensores destacaram algumas medidas de urgĂȘncias, como o aumento do banho de sol, o fim do racionamento de ĂĄgua e a troca de colchões.
"Durante a inspeção foi verificado que as primeiras medidas estão sendo tomadas, como a troca de colchões, mas ainda Ă© insuficiente", pontua o coordenador do Nuspen (NĂșcleo do Sistema PenitenciĂĄrio), o defensor pĂșblico CahuĂȘ Urdiales.
A Defensoria realizou quatro inspeções em delegacias da PolĂcia Civil de Campo Grande em novembro de 2023. Nas delegacias, as visitas foram motivadas por relatos obtidos em audiĂȘncias de custódia, que revelaram condições de encarceramento piores que em penitenciĂĄrias.